Vladimir Putin, presidente russo, nunca fugiu de uma disputa, principalmente contra os Estados Unidos. Enquanto a potência americana tem restringido e dificultado a vida da Huawei, a Rússia se aproxima cada vez mais da China e da gigante da comunicação.
Essa aproximação tem ajudado a impulsionar seus números. Além da grande participação no seu próprio país, com 42% do mercado chinês, a Huawei atingiu 37% do mercado russo, de acordo com um relatório Nikkei citando pesquisa da M.Video-Eldorado. Segundo a Counterpoint, entre o último trimestre de 2017 e o mesmo período do ano seguinte, a gigante chinesa dobrou sua participação no mercado russo, de 13% para 26%.
Durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, Putin se encontrou com Xi Jinping, presidente chinês, e tratou principalmente sobre tecnologia. O russo atacou diretamente os americanos por tentarem tirar a Huawei do mercado global, e ainda acrescentou que a próxima era digital pode ser a primeira guerra tecnológica.
Já em novembro, o presidente Vladimir Putin lançou o RuNet, a Lei Soberana da Internet russa, podendo, teoricamente, desconectar a internet do país da internet mundial, tornando-a essencialmente uma DNS doméstica. A justificativa usada foi de proteção contra ciberataques americanos, mas a população teme que a tecnologia se torne arma de censura e monitoramento, imitando a “cortina cibernética” da China.
Após o lançamento, um porta-voz da Human Rights Watch alertou que a censura e a transformação da internet russa em um sistema fechado prejudicam o direito dos cidadãos do país à liberdade de expressão e de informação on-line.
No último mês de junho, Putin e Xi debateram sobre a divisão tecnológica que está sendo conduzida entre Oriente e Ocidente, o chamado Splinternet. Nesse encontro a Huawei assumiu a responsabilidade de distribuir o 5G na Rússia, além de discutir a possibilidade de a empresa adotar um sistema operacional russo, o Aurora, como alternativa ao americano Android.
Via: Forbes