Um homem chamado Wu Xiangyang foi condenado a cinco anos e meio de prisão, mais uma multa equivalente a mais de R$ 250 mil, por ter fornecido, durante quatro anos, um serviço de VPN na China, informou nesta semana o jornal britânico The Guardian.

Xiangyang fornecia sofware e hardware que permitia driblar a censura do governo chinês à internet, conhecida como “A Grande Muralha de Fogo” (The Great Firewall). O acusado teria fornecido o serviço de VPN a mais de 8.000 pessoas e 5.000 empresas desde 2013.

As VPNs (Virtual Private Networks, ou redes virtuais privadas) permitem criar uma porta de acesso anônima à rede mundial de computadores. Por meio delas, chineses podem ter acesso ao conteúdo estrangeiro proibido pelo governo local, incluindo sites como Google, Facebook, YouTube e Instagram.

Foi só em janeiro deste ano, porém, que a China começou a pegar mais pesado com as VPNs, e tornou seu uso crime a menos que o provedor do software tenha autorização do governo. Mas segundo o The Guardian, todas as VPNs, com ou sem autorização, podem ser banidas da China a partir de 2018.

Xiangyang não é o primeiro a ser preso, mas sua sentença é a maior já reportada até agora. Em setembro, um vendedor de VPNs foi condenado a nove meses de prisão na China. Outro, na mesma época, foi preso por três dias após montar sua própria rede privada em casa. Não se sabe ainda o motivo pelo qual Xiangyang recebeu uma pena tão mais severa.