O governo da China iniciou, no domingo, 22, uma campanha de 14 meses contra o uso desregulado de VPNs (Virtual Private Networks, ou redes virtuais privadas) no país. A nova regra, anunciada pelo Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação, entrou em vigor imediatamente e durará até 31 de março de 2018, segundo o South China Morning Post.
“O mercado chinês de serviços de internet (…) tem sinais de desenvolvimento desordenado que exigem regulação e governança urgentes”, disse o ministério na declaração. Na China, sites como Google, Facebook, Twitter e YouTube são bloqueados pelo governo. Usuários, no entanto, conseguem contornar esse bloqueio por meio do uso de VPNs. Parece ser justamente esse o tipo de uso das redes virtuais privadas que o governo quer combater.
Ainda de acordo com o jornal chinês, o governo da China costuma perseguir VPNs de maneira inconsistente. A última atitude das autoridades contra essa tecnologia foi em março de 2016. No entanto, atitudes desse tipo acabam também afetando as redes privadas usadas por empresas para garantir a segurança de seus dados.
Vigilância digital
De acordo com o Washington Post, as novas leis contra VPNs são propositalmente vagas. Elas parecem ser voltadas a empresas de internet que oferecem conexões desse tipo a clientes indviduais. Algumas empresas também usam esse serviço para permitir que seus funcionários trabalhem de casa, mas esse não parece ser o foco da nova lei.
Essa medida vai de encontro às declarações recentes do atual presidente do país, Xi Jinping, no Fórum Econômico Mundial de Davos. Durante o encontro de nações, o líder chinês defendeu a necessidade de “desenvolver conectividade global para permitir que todos os países conquistem crescimento interconectado e compartilhem de prosperidade”.
“Perseguir o protecionismo é como trancar-se numa sala escura. Enquanto o vento e a chuva podem ser mantidos lá fora, a sala escura também bloqueará a luz e o ar”, disse Jinping, poucos dias antes de reforçar as leis contra VPN da China.