A Justiça dos Estados Unidos está de olho no Google. Representantes de 50 estados do país anunciaram uma investigação conjunta contra a companhia por práticas anticompetitivas. O foco da investigação será o negócio de publicidade e do buscador da empresa, mas em algum momento posterior isso pode ser expandido para outras atividades.
Ken Paxton, procurador-geral do estado do Texas e líder da investigação, justifica a investigação pelo fato de que o Google “domina todos os aspectos de publicidade e buscas na internet”, o que cria dinâmicas de mercado no qual a competição se torna praticamente inviável, com tendência à criação de monopólios.
“Eles dominam o lado da compra, da venda, do leilão e do vídeo com o YouTube”, completa Paxton. Outros procuradores também apontam que existem diferenças entre ser dominante no seu mercado e ser monopolista. “Não há nada de errado em ser um player dominante quando isso é feito de forma justa”, aponta Sean Reyes, de Utah. Ele também afirma que há presunção de inocência na investigação, mas que as críticas às práticas do Google são muito difundidas.
Entre as críticas mencionadas pelos procuradores estão a forma como o Google processa e organiza a sua página de resultados de pesquisa, com a suspeita de de privilegiar produtos próprios em detrimento de concorrentes. Também foi mencionada a preocupação com o cuidado com o qual a empresa trata e protege os dados dos usuários.
Quando questionado pelo Washington Post, o Google preferiu não emitir nenhum comunicado novo. Em vez disso, apenas referenciou outros casos nos quais afirmou que ofereceria cooperação com as autoridades durante a investigação.
O caso é relevante pois coloca a indústria de tecnologia como um todo sob um holofote sob o qual as empresas não gostariam de estar. O Open Markets Institute, organização que promove o combate a práticas que considera monopolista, chegou a comparar a investigação contra o Google como “o início de uma nova era”, já que nenhuma gigante se via diante de uma ação tão grande desde que a Microsoft foi processada em 1998.
O Facebook é outra empresa que teve sua dose de problemas jurídicos nos últimos tempos. A companhia é constantemente alvo de pedidos para que as autoridades forcem uma divisão de seus negócios, com o objetivo separar a rede social de seus outros aplicativos importantes como o Instagram e WhatsApp. A justificativa é que, do modo como a companhia de Mark Zuckerberg opera hoje, há muito poder concentrado na mão de um único conglomerado.