Futuro do 5G? Cientistas desenvolvem chip wireless que alcança 11 Gbps

Tecnologia de ondas de terahertz resolve problemas apresentados em outros tipos de conexão, mas será que este é mesmo o próximo passo após o 5G?
Bruno Felix24/08/2020 17h17, atualizada em 25/08/2020 11h30

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A tecnologia de transmissão de dados wireless deu um importante passo adiante, graças a um grupo de cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Singapura, e da Universidade de Osaka, no Japão. Eles desenvolveram um novo chip capaz de alcançar velocidades mais altas aos atuais padrões do 5G, algo que poderia ser considerado uma internet 6G ‘primitiva’ – pelo menos em um ambiente controlado como um laboratório.

Por obra das ondas de terahertz, o chip conseguiu atingir uma taxa de transmissão de 11 Gbps, ultrapassando o limite “máximo” de 10 Gbps estimado para conexões de 5G atuais. Estimado porque, na prática, o maior valor alcançado em performance real foi de aproximadamente 800 Mbps, com o serviço da Verizon, que lidera a indústria no momento. E por mais que o 5G ainda tenha muitas possibilidades de melhoria, não é esperado que chegue a alcançar valores como o do chip desenvolvido na NTU.

O equipamento usa um conceito chamado photonic topological insulators (isolantes topológicos fotônicos, em tradução livre) para transmitir ondas de terahertz. Capazes de suportar o streaming de vídeo em resolução 4K em tempo real, elas ocupam uma frequência entre as ondas de luz e as microondas no espectro eletromagnético, e são consideradas o próximo passo na comunicação wireless de alta velocidade. No entanto, alguns obstáculos ainda impedem seu uso de forma confiável nas telecomunicações.

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Seriam as ondas de terahertz o ‘coração’ do 6G? Crédito: Reprodução/Nanyang Technological University

O sucesso da equipe de cientistas surgiu de forma a contornar dois desses obstáculos. Os isolantes topológicos fotônicos permitem que as ondas de luz sejam conduzidas nas superfícies e nas bordas dos isolantes, conseguindo desta forma minimizar questões como defeitos de material ou erros nas taxas de transmissão, encontradas em estruturas que guiam ondas, como cristais ou cabos com núcleos ocos.

“A utilização da tecnologia de terahertz pode melhorar potencialmente a comunicação intra-chip e inter-chip em inteligências artificiais e tecnologias baseadas na nuvem, como carros autônomos interconectados, que precisam transmitir dados rapidamente para outros veículos próximos e à infraestrutura de trânsito, para navegar melhor e também evitar acidentes”, explica o professor associado da NTU e líder do projeto, Ranjan Singh.

Apesar de todo este avanço, no entanto, ainda não é possível sacramentar que as ondas de terahertz são o cerne de um padrão 6G de internet móvel. Primeiro porque o próprio 5G ainda precisa se estabelecer mundo afora, já que ainda engatinha (e é o estopim de uma disputa entre EUA e China), e também porque esta nomenclatura precisa ser chancelada por uma entidade reconhecida internacionalmente, como a 3GPP, que desenvolve protocolos para telecomunicações móveis.

Fonte: Android Headlines e NTU

Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Felix é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital