Fundação faz petição para que Microsoft abra o código do Windows 7

Ação poderia dar à comunidade o poder de continuar melhorando o sistema operacional mesmo após o fim do ciclo de suporte oficial da Microsoft
Renato Santino29/01/2020 21h03, atualizada em 29/01/2020 21h20

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Você provavelmente já está ciente de que o Windows 7 chegou ao fim do seu ciclo de suporte, o que significa que, para a maioria de seus usuários, o sistema está oficialmente abandonado. No entanto, para um grupo esse não precisa ser o destino do software, que ainda é usado por centenas de milhões de pessoas no mundo; para a FSF (Free Software Foundation, ou Fundação do Software Livre), o melhor caminho é a abertura do código do sistema.

O grupo, fundado em 1985 por Richard Stallman, um dos maiores nomes da comunidade do software livre, defende que a comunidade pode continuar cuidando do Windows 7 por muitos anos se a Microsoft optar pela liberação do código-fonte. Segundo a organização, a interrupção do suporte ao sistema é um desrespeito aos usuários.

No abaixo-assinado promovido pela FSF, que pedia 7.777 assinaturas, mas que já superou a meta com folga, a fundação faz algumas solicitações aos executivos da Microsoft:

  • Nós exigimos que o Windows 7 seja liberado como um software livre. Sua vida não precisa acabar. Entregue-o para a comunidade para estudar, modificar e compartilhar;
  • Nós insistimos que vocês respeitem a liberdade e privacidade de seus usuários, e não que simplesmente os forcem a migrar para a nova versão do Windows;
  • Nós queremos que vocês realmente respeitem os usuários e a liberdade do usuário, e não apenas use esses conceitos como marketing quando for conveniente.

O pedido tem poucas chances de ter atendido, a julgar pelo histórico da Microsoft. A companhia é notadamente avessa a abrir o código de seus softwares, com algumas exceções. O MS-DOS, sistema baseado em linhas de comando criado pela empresa ainda nos anos 1980 teve seu código publicado no GitHub em 2018; o Word 1.1, igualmente antigo, também teve seu código-fonte divulgado em 2014. Recentemente, a calculadora do Windows também se tornou livre, mas são todos casos pontuais de softwares que pouco afetam a estratégia comercial da Microsoft nos dias atuais.

Enquanto isso, uma potencial abertura do Windows 7 faria com que usuários perdessem a necessidade de migrar para um sistema mais recente, além de expor linhas de código que podem ser úteis e estar presentes nas versões mais recentes do Windows, dando à concorrência a oportunidade de copiá-las.

De qualquer forma, se você se interessou pela campanha e gostaria de deixar o seu apoio, você pode assinar a petição no site da FSF neste link.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital