Após reuniões de assembleias pelo país, sindicatos que representam os funcionários dos Correios decidiram entrar em greve nesta terça-feira (10), a partir das 22h. O movimento será por tempo indeterminado e todos os serviços da estatal serão afetados.
Segundo a categoria, o motivo da greve é em defesa de direitos conquistados e em resposta a não apresentação de propostas de melhorias salariais e de trabalho. A entrada dos Correios na lista do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o que seria um início de um processo de privatização da estatal, também influenciou o movimento.
Em São Paulo cerca de 5.000 trabalhadores compareceram na assembleia realizada no clube da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) e aprovaram a paralisação.
“Cerca de 80% das agências vão aderir à greve. Foram 36 sindicatos que em conjunto e com decisão unânime decidiram pela paralisação”, afirma Douglas Cristóvão de Melo, diretor de comunicação do Sintect (Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) e da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios). Alguns sindicatos ainda farão assembleias.
Os funcionários dos Correios já vêm desde junho negociando novos acordos trabalhistas, no entanto a empresa ainda não aceitou os termos apresentados. “A direção da ECT e o governo querem reduzir radicalmente salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios. Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro. Para manter nosso acordo coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar”, informou em nota a Findect.
O acordo ficou vigente até o começo de agosto e diversas conversas foram realizadas a fim de evitar greves. Quando o prazo do dia 31 do mês se esgotou, os Correios optaram por não prolongar a situação por mais um mês. O resultado foi o retorno de uma organização por parte dos trabalhadores e uma paralização.
A principal medida que está sendo manifestada é o reajuste salarial oferecido pela empresa, de 0,8% – menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC). Outras pautas, como a exclusão do vale cultura, redução do adicional de férias de 70% para 33% e o aumento do preço mensal do convênio médico também estão sendo protestadas.
Privatização
Ainda não se sabe qual será o futuro da estatal. Em maio, Bolsonaro já havia afirmado a Veja que deu sinal verde para a privatização dos Correios e que o governo enxerga a privatização da estatal como urgente.
Em agosto, o governo anunciou a privatização da estatal, mas o processo não deve ser finalizado em 2019.
Via: Veja