A privatização dos Correios está mais perto de sair do papel. O presidente Jair Bolsonaro confirmou a aprovação para o projeto, que já era esperado desde a semana passada após algumas declarações de Paulo Guedes, ministro da Economia, como ele mesmo confirmou durante um café da manhã com jornalistas.
A ideia do governo com a privatização é modernizar a gestão da estatal. Em contato com a Reuters, um membro da equipe econômica disse que a cessão da empresa à iniciativa privada daria mais liberdade para se moldar às necessidades do mercado dos dias atuais, especialmente para lidar com o crescimento do comércio eletrônico.
Os Correios, por sua vez, não se mostraram muito satisfeitos com a ideia de privatização irrestrita por meio de um comunicado publicado em seu blog em resposta a uma coluna publicada na Gazeta do Povo. “A privatização pura e simples do correio brasileiro será uma perda tanto para o país quanto para a sociedade”, diz o texto.
A posição é justificada com base no que foi visto em outros países no mundo. O texto oferece como exemplo positivo o caso da Alemanha, mencionando a DHL. Na ocasião, o governo alemão preferiu abrir parcialmente o capital do correio mas manter o controle da empresa; a DHL é hoje uma das maiores companhias globais de logística.
Por outro lado, os Correios mencionam os casos negativos de privatização do correio de Portugal e, em especial, da Argentina. Nesta última situação, a cessão total à iniciativa privada piorou os serviços ao ponto que a empresa precisou ser reestatizada.