Por muitos anos, o Office viveu como um pacote de aplicativos que você instala no seu computador, e pronto. Com a concorrência do Google Docs, a Microsoft começou a apostar em colaboração, permitindo que várias pessoas mexam no mesmo arquivo por meio da nuvem, podendo alterar textos do Word, planilhas de Excel e apresentações no PowerPoint.
Agora, no entanto, a Microsoft tem uma nova visão para o Office. A empresa está adotando o que chama de Fluid Framework, anunciado ainda em 2019, para fazer com que os documentos não sejam mais vinculados a um aplicativo específico.
Pode parecer um pouco confuso, mas a ideia é que, em vez de documentos, aquela sua tabela no Excel passe a ser um módulo independente, e não mais um arquivo necessariamente aberto no próprio Word. Assim, uma equipe poderia fazer ajustes por vários aplicativos, como, por exemplo, o Outlook.
Ou seja: no exemplo acima, você envia um módulo de texto para seu colega, e ambos podem fazer suas alterações diretamente do Outlook, sem precisar ficar alternando entre aplicativos. Isso pode ser feito também dentro de ferramentas de chat e outros apps, e todos os participantes têm acesso ao módulo atualizado em tempo real. Isso pode valer para tabelas, gráficos, listas e tantas outras coisas.
O cerne da ideia é não limitar mais a edição colaborativa de documentos algo restrito a um aplicativo específico, mudando de forma fundamental a dinâmica de salvar e enviar um arquivo para um colega.
Inicialmente, a interface Fluid será disponibilizada por meio do Office.com, a versão web da suíte de produtividade da empresa. Nessa etapa, o recurso será habilitado em fase de preview, dando o primeiro gosto dessa nova forma de lidar com documentos. Os clientes dos planos corporativos e educacionais do Microsoft 365 (ex-Office 365) poderão utilizar esses componentes Fluid, que podem incluir tabelas, agendas e listas de tarefas, por meio do Outlook na web.