O Facebook está recrutando dezenas de empresas financeiras e comerciantes online para ajudar a lançar um sistema de pagamento baseado em criptomoedas. Com isso, a rede social espera se livrar uma série de pressões para lidar com suas deficiências de privacidade.
O Facebook estaria trabalhando nessa iniciativa há, pelo menos, um ano e meio. O sistema recebeu o nome de Projeto Libra. Seu foco é a criação de uma moeda virtual que permita aos seus usuários enviar dinheiro para outra pessoa ou pagar por produtos diretamente na rede social.
Os planos do Facebook para esse novo meio de pagamento envolvem tanto investimentos de empresas financeiras tradicionais, quanto o potencial para os usuários serem recompensados por suas atividades de consumo na plataforma. Contudo, os obstáculos dessa nova empreitada também são bastante altos.
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As criptomoedas não estão substituindo o dinheiro real, pelo menos não na quantidade que se esperava. Além disso, as pessoas estão perdendo a confiança no Facebook devido aos problemas de privacidade. Logo, esses motivos fazem com que, talvez, não seja um bom momento para se dedicar a um sistema do gênero.
Por outro lado, a rede social tem a seu favor a ideia de que um terço das pessoas do mundo se conecta mensalmente ao Facebook, e todas elas precisam fazer compras. Com os meios de pagamento unificados com a plataforma, isso poderia se tornar mais fácil para o consumidor e mais lucrativo para as empresas de e-commerces dispostas a embarcar no projeto.
O Facebook ainda busca investimentos para fazer com que esse projeto seja criado. A intenção da rede social é levantar algo em torno de US$1 bilhão entre seus parceiros. Eles já estariam conversando com diversas instituições financeiras como Visa, Mastercard e a empresa de pagamentos como a First Data Corp.
Esse dinheiro seria responsável por sustentar o valor da criptomoeda e protegê-la de oscilações na sua cotação, como é visto no Bitcoin e em outras criptomoedas. O Facebook também está conversando com e-commerces e diversos desenvolvedores de aplicativos, para que eles adotem a sua nova moeda, além de buscar investimentos financeiros menores desses parceiros.
A rede social também está estudando pagar aos usuários frações de sua moeda virtual quando eles visualizarem anúncios, interagirem com outros conteúdos ou realizarem comparações de preços através da plataforma. Isso pode servir para controlar as críticas que o Facebook recebe por, supostamente, faturar bilhões de dólares usando as muitas informações presentes nos perfis de seus usuários para fins publicitários.