Você pode não saber nada sobre esportes, mas provavelmente sabe que no último domingo aconteceu o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano dos Estados Unidos. Com audiência de cerca de 100 milhões de pessoas no mundo todo, o jogo também foi um sucesso de público nas partes mais sombrias do Facebook e do YouTube, nos quais mais de 12 milhões de espectadores acompanharam a partida por meio de transmissões piratas.

A empresa de monitoramento de pirataria VFT Solutions publicou o resultado do acompanhamento de plataformas de vídeo e percebeu pelo menos 2.650 transmissões irregulares do jogo. Para isso foram acompanhados o Facebook, o YouTube, o Twitch, o Periscope e o VK, rede social russa que já foi amplamente criticada pela falta de controle sobre pirataria. O número leva em conta as transmissões me tempo real e o “on-demand”, que inclui o público que assistiu ao jogo depois do seu encerramento, por um período de até três horas do fim do evento.

O Facebook se mostrou como o ambiente mais prolífico para as transmissões ilegais do jogo. Segundo o estudo, 70,6% dos casos foram registrados na rede social de Zuckerberg, seguido de longe pelo YouTube com 20,8%. O restante foi dividido entre Periscope, com 4,8%, Twitch, com 3,6% e VK, com 0,6%.

Apesar de o Facebook contar com mais transmissões, o público pirata demonstrou clara preferência pelo YouTube. Cerca de 62,9% dos espectadores se concentraram no serviço do Google, enquanto 22,7% preferiram o Facebook. Mesmo com poucas transmissões, o Periscope atingiu 13,1% do público, enquanto Twitch e VK juntos reuniram 1,3% do público pirata.

Esse tipo de transmissão costuma ser um jogo de gato e rato. O monitoramento de conteúdo pirata nessas plataformas costuma ser intenso, e as transmissões tendem a cair dentro de pouco tempo. Segundo a VFT, mais de 60% deste público assistiu ao jogo por menos de 15 minutos, e um dos motivos para isso foi justamente a instabilidade das transmissões. Algumas das exibições, no entanto, conseguiram se manter estáveis até o final do jogo; o requisito principal é não atrair muita atenção.

Na visão da empresa, no entanto, essa é uma forma ruim de lidar com as exibições piratas de evento esportivos. A empresa acredita que, ao derrubar uma transmissão, a única coisa que acontece é espalhar os espectadores para outras transmissões piratas. A recomendação é orientá-los sobre as formas legais de consumir o conteúdo em vez de simplesmente interromper o vídeo. Não à toa, a VFT oferece esse serviço de orientação aos seus clientes, contatando usuários nas plataformas de chats e mensagens diretas sobre as alternativas legítimas.

A métrica da VFT, no entanto, leva em conta apenas as grandes plataformas de vídeo, então é provável que haja muito mais espectadores piratas do Super Bowl recorrendo a sites mais obscuros. Nestes espaços, as transmissões costumam ter menos qualidade, conter mais anúncios invasivos e possivelmente malignos, mas o vídeo não costuma ser derrubado por solicitações de direitos autorais.