Facebook divulga limitações para implementar inteligência artificial

Jerome Pesenti, vice-presidente de inteligência artificial da empresa, comentou em entrevista sobre dificuldades de aprendizagem profunda e como a rede social combate os deepfakes
Equipe de Criação Olhar Digital10/12/2019 23h19

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Após diversos problemas como discursos de ódio, cyberbullying, notícias falsas e, mais recentemente, deepfakes, Mark Zuckerberg prometeu reforçar o policiamento destes conteúdos no Facebook com inteligência artificial. No entanto, em entrevista ao Wired, o vice-presidente de IA da empresa, Jerome Pesenti, disse que ainda existem muitas limitações em aprendizado profundo, uma das áreas que englobam a pesquisa da rede social.

“Com relação ao aprendizado profundo e a inteligência artificial atual, se você for realmente honesto, afirmará que ainda tem muitas limitações. Estamos muito longe da inteligência humana e existem algumas críticas válidas em relação a isso”, disse Pesenti. “Mas estamos progredindo, assim como o campo”.

O especialista acrescentou que as dificuldades ressaltam “a beleza da inteligência artificial“, mas afirmou que quando não é possível reproduzir algo que foi testado por muito tempo, no final, trata-se de perda de investimento. “A beleza da IA é que, em última análise, são somente sistemas executados por computadores. É algo pelo qual nós do Facebook somos apaixonados, mas quando as pessoas fazem coisas que não podem ser reproduzíveis, é muito investimento perdido”.

A respeito dos deepfakes, prática que se tornou comum e preocupante por envolver assuntos políticos e mundiais relevantes, Pesenti afirmou que estão tentando estar à frente da tecnologia e buscando ser proativos. Ele ainda revelou que vê de outras perspectivas a técnica, pois “há muito potencial para tornar as pessoas mais criativas e capacitá-las”. O especialista, inclusive, citou o rival TikTok como um meio para expandir a criatividade das pessoas.

“Eu acredito que há um enorme potencial na IA para tornar as pessoas mais criativas. Vocês estão vendo isso com algumas das ofertas concorrentes, como o TikTok, que permite que as pessoas criem vídeos e conteúdos interagindo naturalmente com a tecnologia, mesmo não sendo especialistas, editores de vídeo ou artistas”, comunicou.

Questionado sobre o que os usuários devem esperar em curto prazo da inteligência artificial produzida pelo Facebook, Pesenti informou que sua equipe testa novas experiências com realidade aumentada e virtual. “Os dois principais usos da IA atualmente estão tornando a plataforma mais segura para os usuários e garantindo que o que mostramos seja realmente valioso para eles”, completou.

Fonte: Wired