Na segunda-feira (21), uma ex-moderadora de conteúdo registrou um processo contra o YouTube. Segundo alegação da funcionária, a empresa não forneceu nenhum tipo de proteção para sua saúde mental depois de obrigá-la a assistir vídeos com conteúdo perturbador.

Na descrição do processo, a demandante, que não foi identificada, afirma que teve de assistir a vídeos envolvendo assassinato, pornografia infantil, mutilação de animais e suicídio. De acordo com ela, isso fez parte de sua rotina entre 2018 e 2019, período em que trabalhou para a empresa.

Ainda segundo a ex-funcionária, essa exposição fez com que ela desenvolvesse problemas como ataques de pânico, pesadelos e incapacidade de estar em áreas lotadas.

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Demandante afirma que teve de assistir a conteúdos envolvendo assassinato, pornografia infantil, mutilação de animais e suicídio. Foto: Lukas Bieri/ Pixabay

“Durante o processo de treinamento, o YouTube falhou em não treinar os moderadores de conteúdo a entender e avaliar sua própria reação às imagens. A empresa também falhou em não fornecer sessões de aconselhamento após expor os funcionários à revisão de conteúdo pesado”, descreve o processo.

Para tentar reparar isso, a ex-moderadora afirma que busca tratamento médico, compensação pelo trauma que sofreu e a criação de um programa de monitoramento médico financiado pelo YouTube que rastreia, diagnostica e trata moderadores de conteúdo.

A demandante diz que seu objetivo é ajudar outros moderadores que são expostos diariamente a esse tipo de imagem. Para isso, ela espera que o YouTube forneça ferramentas e suporte à saúde mental de seus colaboradores, com exames médicos para avaliação e tratamento em caso de comprovação. A partir de agora, o processo seguirá para a fase de audiências.

Situação do Facebook

Questões sobre saúde mental e moderação de conteúdo considerado perturbador permeiam vários funcionários que trabalham em redes sociais. No ano passado, funcionários do Facebook relataram situações semelhantes que afetaram sua saúde.

Como resultado, a rede social concordou em alterar diretrizes para ajudar os funcionários que moderam esse tipo de conteúdo. Entre as mudanças, estão opções para silenciar áudio de vídeos e tornar as imagens preto e branco.

Via: Digital Trends