A Alphabet, empresa-mãe do Google, venceu uma ação iniciada em 2017, em que acusava um ex-engenheiro de roubar segredos da Waymo, a divisão de carros autônomos, e fornecê-los para a Uber quando trocou de emprego. Anthony Levandowski agora terá que passar 18 meses em prisão após se autodeclarar culpado pelo crime.

Levandowski deixou o Google no começo de 2016 e fundou sua própria empresa, chamada Otto, voltada para a criação de caminhões autônomos. Posteriormente, no entanto, a companhia foi adquirida pela Uber por US$ 680 milhões. Quando a acusação de roubo veio à tona, ele foi demitido da Uber.

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Acontece que, antes de deixar o Google, Levandowski utilizou um computador fornecido pela empresa para baixar 9,7 gigabytes de informações sobre os projetos da companhia, incluindo 14 mil documentos confidenciais e arquivos de design proprietários de sistemas como o Lidar e circuitos eletrônicos. Os dados foram transferidos para um HD externo e o computador foi formatado na sequência; segundo o Google, a ação foi feita para tentar encobrir os rastros forenses.

Pela ação, Levandowski respondia a 33 acusações por roubo de propriedade intelectual, mas no fim acabou assumindo a culpa por apenas uma delas, pela qual foi condenado à pena de 18 meses. No pior dos cenários, ele poderia ter recebido uma pena máxima de 10 anos pelo crime.

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Os advogados pediram aos juízes alguma leniência porque, apesar das acusações de que documentos foram roubados, a defesa afirma que não há qualquer evidência de que as informações foram utilizadas para desenvolver os produtos da Otto e da Uber. Apesar disso, o ex-engenheiro também terá que pagar quase US$ 900 mil em multa e em reembolso para a Waymo. Não se sabe se ele será capaz de concretizar esse pagamento, já que ele pediu falência neste ano após uma ordem judicial para que ele devolvesse US$ 179 milhões à Alphabet, referente aos bônus recebidos na época em que trabalhou na divisão de carros autônomos.

A Uber também não saiu ilesa da ação, já que também teria sido beneficiada com o roubo de informações confidenciais. A companhia fechou um acordo com a Waymo que prevê o pagamento de US$ 245 milhões.