Ex-funcionária do Tinder processa empresa por assédio sexual

Rosette Pambakian também processa o grupo dono do aplicativo por a demitir injustamente depois de levar à público o caso
Redação06/08/2019 19h21, atualizada em 07/08/2019 11h42

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A ex-chefe de marketing do Tinder, Rosette Pambakian, acusou o ex-CEO da empresa, Gregory Blatt, por assédio sexual e está processando a responsável pelo aplicativo de relacionamento, o conglomerado Match Group, por ter sido demitida arbitrariamente depois de denunciar o comportamento violento de Blatt.

Pambakian alega na ação que Blatt a agrediu sexualmente depois de uma festa de Natal da empresa em 2016 quando ela já se encontrava em um quarto de hotel, reservado pela companhia, com outros dois funcionários.

A executiva detalhou publicamente a história em uma entrevista à CNN concedida em agosto de 2018, quando moveu a primeira ação contra o Match Group. Em dezembro do mesmo ano o Tinder a demitiu, juntamente com outros funcionários envolvidos no processo, com a justificativa de que eles eram “incapazes de cumprir suas responsabilidades de trabalho”.

Reprodução

Na ocasião, um porta-voz do Match Group disse em um comunicado à reportagem da CNN que a empresa leva as acusações de má conduta no local de trabalho “extremamente a sério”, com investigações de “conduta imprópria”, incluindo assédio sexual, e toma as providências adequadas, incluindo a “rescisão rápida dos responsáveis por tal conduta”.

No entanto, a empresa disse que, depois de ter realizado uma investigação “cuidadosa e completa sob a direção de membros independentes da Diretoria”, concluiu “que não houve violação da lei ou da política da empresa e tomou as medidas apropriadas”.

Em um e-mail enviado à época para Pambakian, a CEO do Match Group Mandy Ginsberg escreveu também que a empresa “não retalia contra qualquer pessoa que reporta assédio sexual” e que a posição da vítima no Tinder “nunca esteve em risco devido a quaisquer queixas de assédio sexual”.

Pambakian desistiu desse primeiro processo, e agora busca indenizações compensatórias para seus problemas emocionais e prejuízos econômicos por suas despesas médicas e ganhos perdidos com sua demissão injusta.

No um novo processo, Pambakian acusa Blatt de a assediar verbalmente dizendo “fico excitado toda vez que eu olho para você” e insistindo que queria ir embora da festa com ela. Por medo de o executivo agir conforme o que dizia, ela saiu da comemoração e se escondeu no quarto de seu assistente, junto com outro colega. Por isso, Pambakian afirma haver testemunhas da agressão.

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O agressor, no entanto, procurou por ela e a encontrou no quarto em que estava, onde a agarrou à força. Segundo a alegação de Pambakian, o ex-CEO a puxou para a cama do hotel, apalpou seus seios e coxas e beijou seus ombros, pescoço e peito, sem o consentimento dela. Depois do ocorrido, ele supostamente pediu desculpas a Pambakian, que concordou em não falar mais sobre o assunto, por medo de prejudicar seu ambiente de trabalho e reputação.

Porém, ela diz que decidiu reportar a agressão sexual ao fundador do Tinder, Sean Rad, então presidente do aplicativo. Rad diz que denunciou a situação aos executivos do Match Group e ao chefe do setor de recursos humanos de ambas as companhias. Com isso, a mulher se reuniu com dois advogados da empresa para detalhar o que aconteceu, de acordo com o último processo. Rad e outros da equipe do Tinder se juntaram à então chefe de marketing no primeiro processo contra o grupo.

Ao longo do processo, o Match Group, supostamente, chegou a pedir que a executiva assinasse um acordo de não divulgação (NDA) sobre as acusações de agressão sexual em troca de dinheiro. A vítima não assinou. Mais tarde, Blatt então renunciou ao seu cargo o que, para Pambakian, foi por causa da denúncia de assédio. Ela diz que, mesmo depois de ter saído da empresa, o agressor conversou com ela para garantir que nada fosse falado.

Via: The Verge/FayerWayer

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital