EUA investigam políticas de segurança de empresas ligadas à Tencent

Governo está questionando empresas como a Riot Games e a Epic Games sobre seus protocolos de segurança para lidar com os dados de consumidores norte-americanos
Rafael Rigues21/09/2020 12h35

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O cerco da administração de Donald Trump à operação de empresas chinesas nos EUA parece estar aumentando. O Committee on Foreign Investment in the United States (CFIUS, Comitê sobre Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos) enviou cartas a empresas ligadas à gigante chinesa de tecnologia Tencent perguntando sobre seus protocolos de segurança para lidar com os dados de consumidores norte-americanos.

Segundo a Bloomberg, entre as empresas questionadas estão a Riot Games, criadora de League of Legends e de propriedade da Tencent, e a Epic Games, criadora de Fortnite, já que a empresa chinesa detém 40% de suas ações. A missão do CFIUS é investigar aquisições de empresas norte-americanas por empresas estrangeiras em busca de riscos à segurança nacional dos EUA. O órgão tem autoridade para investigar tanto aquisições quanto investimentos, e pode recomendar ao presidente que bloqueie ou desfaça acordos.

A Tencent tem participação em muitas outras empresas de tecnologia, entre elas a Snap (do Snapchat), Blizzard (de Overwatch, Diablo e World of Warcraft) e Spotify. Um de seus apps, o WeChat, foi alvo das mesmas sanções impostas ao TikTok e ameaçado com banimento nos EUA a partir deste domingo (20), algo que só não aconteceu pois um juiz da corte distrital de São Francisco, na Califórnia, atendeu a um pedido impetrado por um grupo de usuários e suspendeu temporariamente a ordem do presidente norte-americano, Donald Trump.

O WeChat é um dos maiores aplicativos do mundo e pode ser considerado o primeiro “super app” que se tem notícia. Não apenas pela enorme base de usuários – estima-se que mais de 1,5 bilhão de pessoas usem o aplicativo; sua maioria esmagadora na China -, mas também pelo grande número de serviços concentrados por ele. Além de servir como comunicador instantâneo, o WeChat já processa, por exemplo, boa parte das transações financeiras da China.

Fonte: Bloomberg

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital