EUA dizem para militares desativarem serviços de localização; entenda a preocupação

Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos diz que serviços que indicam a localização fornecida pelo GPS dos militares do país representam uma ameaça à segurança nacional
Cesar Schaeffer04/08/2020 20h25

20200804053253-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Muito cuidado com seus dados de geolocalização e os serviços que usam o sinal do GPS! O alerta foi dado nesta terça-feira (4) aos militares norte-americanos pela Agência de Segurança Nacional. A NSA defende que os serviços que utilizam a localização fornecida pelo GPS dos usuários em dispositivos móveis representam uma “ameaça à segurança nacional”.

Em um boletim divulgado pelo The Wall Street Journal, a agência diz que os dados de geolocalização podem ser extremamente valiosos e, portanto, devem ser protegidos. “[A função] pode revelar detalhes sobre o número de usuários em um local, movimentos de usuários e suprimentos, rotinas diárias e ainda expor associações desconhecidas entre usuários e locais”.

O alerta vale para os militares que usam pulseiras e relógios inteligentes para praticar exercícios físicos; além de aparelhos conectados (Internet das Coisas) e outros dispositivos que possam indicar a localização do usuário. As indicações da NSA seguem as mesmas já divulgadas em inúmeras cartilhas online sobre privacidade – no mundo físico e virtual.

Reprodução

NSA diz que GPS “recreativo” dos soldados pode significar uma ameaça nacional – Foto: Getmilitaryphotos

No comunicado, a agência pede que a equipe militar dos Estados Unidos desative os serviços de geolocalização em seus dispositivos móveis (tablets, celulares e relógios) e ainda forneça o mínimo de permissões possível aos mais diversos aplicativos que solicitem a informação. A NSA também recomenda a desativação de recursos que permitem encontrar aparelhos perdidos ou roubados.

As informações de localização de usuários podem ser usadas para inúmeros fins; um deles é, por exemplo, exibir anúncios mais direcionados a certos grupos de consumidores. Mas muitos governos também se aproveitam dessas informações.

No início do ano, o Departamento de Segurança Interna dos EUA confirmou a compra e venda de dados de localização oferecidos desde, pelo menos, 2017. Um relatório publicado pelo The Wall Street Journal afirma que as agências de imigração e alfandegária dos EUA usam esses dados para controlar a passagem de imigrantes ilegais pelas fronteiras do país. O receio da NSA é que outros governos estejam fazendo o mesmo com seus militares.

Reprodução

Soldados norte-americanos são instruídos a desligarem os serviços de geolocalização – Foto: Getmilitaryphotos

A preocupação com o “descontrole tecnológico” não é inédito. Em 2018, o Pentágono proibiu soldados e outras pessoas internar de usar serviços de localização em seus dispositivos enquanto estivessem em locais sensíveis e zonas de guerra. A medida foi tomada depois que o Strava – um dos apps mais populares de fitness – expôs a posição das bases, rotas de patrulha e linhas de suprimentos dos soldados norte-americanos no Afeganistão.

Redator(a)

Cesar Schaeffer é redator(a) no Olhar Digital