Hacker ‘trolla’ site da NSA para demonstrar falha do Windows 10

Vulnerabilidade em verificação de certificados permite exibição de videoclipe de Rick Astley no lugar do site da agência
Renato Santino16/01/2020 18h19

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Na terça-feira (16), a Microsoft lançou uma atualização de caráter urgente para o Windows 10 descoberta pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA). A vulnerabilidade tem a ver com a validação de certificados de segurança, fazendo com que navegadores interpretassem sites maliciosos como seguros e criptografados.

Para demonstrar essa vulnerabilidade, o pesquisador de segurança Saleem Rashid decidiu brincar com a própria NSA. Ele divulgou algumas imagens de uma técnica de ataque que ele conseguiu desenvolver a partir da brecha, demonstrando a gravidade do problema, com a qual uma pessoa, ao acessar o site nsa.gov, é direcionada para o vídeo do cantor Rick Astley cantando a música “Never Gonna Give You Up”. A ação é conhecida na internet como “Rickrolling”, usada normalmente como uma pegadinha. Ele fez o mesmo com o site do GitHub, plataforma muito usada por desenvolvedores de software.

Ao saber da falha, Rashid criou uma técnica que funciona tanto contra o Edge quanto contra o Chrome. Em contato com o site Ars Technica, ele explica que só precisou de 100 linhas de código para conseguir criar sua ferramenta, mas poderia fazê-lo com apenas 10 se removesse algumas funcionalidades úteis.

Na prática, a brecha faz com que a validação de certificados seja completamente quebrada, afetando sites, atualizações de softwares, VPNs e vários outros serviços cruciais para a segurança do computador.

Vale notar, no entanto, que a “invasão” de Rashid ao site da NSA foi apenas local: ele não invadiu os servidores da agência e não fez com que todos os visitantes da página fossem presenteados com um “Rickroll”. Em vez disso, ele enganou um computador afetado para exibir o vídeo no lugar do site considerado seguro, graças à falha na validação de certificados.

Apesar de tudo, o especialista nota que aplicar esse ataque no mundo real não seria fácil, graças a uma série de fatores que exigiriam um direcionamento com objetivo de atingir alguém específico. O método mais comum envolveria uma técnica conhecida como “Man-in-the-middle”, no qual normalmente a vítima e o cibercriminoso estão conectados na mesma rede, e o tráfego de dados é adulterado enquanto a vítima acessa algum site. Uma outra opção seria fazer com que a vítima clicasse numa URL falsa.

Isso dito, a NSA nota que, mesmo com todas as limitações, é questão de tempo para que cibercriminosos mais sofisticados entendam a vulnerabilidade e como explorá-la de maneira mais ostensiva. Assim, a melhor forma de se proteger é instalar a atualização do Windows 10 lançada recentemente pela Microsoft.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital