O TikTok foi um dos aplicativos que mais cresceu e mais deu lucro entre o fim de 2019 e o início de 2020. Com mais de dois bilhões de downloads, a popular rede social está no meio da disputa entre os Estados Unidos e a China, e pode se ver banida do país norte-americano nas próximas semanas. Mas esse vácuo não permanecerá desocupado por muito tempo.

O Instagram lança, nesta quarta-feira (5) o Reels em mais de 50 países, incluindo os EUA. A ferramenta, que é basicamente uma cópia do TikTok (assim como os Stories foram copiados do Snapchat) já estava em testes no Brasil, França e Alemanha.

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Curiosamente, o Reels chega uma semana depois que o CEO do Facebook (dono do Instagram), Mark Zuckerberg, foi questionado pelo Congresso dos EUA sobre as práticas supostamente anticompetitivas de sua empresa, incluindo a cópia de ideias dos concorrentes. Assim como o TikTok, o Reels permite que os usuários gravem e editem vídeos, adicionando músicas e efeitos especiais.

“O momento do lançamento é coincidência”, garante o chefe de produtos do Instagram, Vishal Shah, “o recurso está em desenvolvimento há mais de um ano”. O executivo, porém, admite que o TikTok fez um “trabalho incrível”, mas disse que a empresa chinesa não inventou o mercado de vídeos em formato curto. “A inspiração para os produtos vem de todos os lugares. Fomos muito claros em produtos no passado que também foram inspirados por outras empresas”, completou.

Em uma publicação no blog oficial da empresa, o CEO do TikTok, Kevin Mayer, fez uma provocação ao Facebook e chamou de “imitação” o Reels. “No TikTok, acolhemos a concorrência. Acreditamos que a concorrência justa nos torna melhores. Para aqueles que desejam lançar produtos competitivos, dizemos: ‘tragam’. O Facebook está até lançando outro produto imitador, o Reels (vinculado ao Instagram), depois que seu outro imitador Lasso falhou rapidamente”, escreveu o executivo.

O Lasso, citado por Mayer, foi lançado no fim de 2018, em uma época em que o TikTok começava a se tornar bastante popular em alguns países. Como o Reels, funcionava de maneira bastante semelhante ao TikTok, com vídeos de 15 segundos sobrepostos com músicas famosas. Foi descontinuado oficialmente em junho.

“Mas vamos concentrar nossas energias na concorrência justa e aberta a serviço de nossos consumidores, em vez de ataques malignos de nosso concorrente – o Facebook -, disfarçados de patriotismo e projetados para pôr um fim à nossa presença nos EUA”, completou o CEO do TikTok.

O TikTok tem sido alvo de ataques crescentes do presidente Donald Trump e de alguns de seus apoiadores por preocupações de que a empresa esteja fornecendo dados de usuários norte-americanos ao governo chinês. A empresa garante que não o faz, e que armazena os dados de clientes americanos nos Estados Unidos.

Trump, entretanto, tem explorado opções para proibir o TikTok ou forçar a sua dona, ByteDance, a se desfazer das operações nos EUA. A Microsoft está negociando a aquisição do TikTok no país – mas tem um prazo para finalizar a compra, caso ela realmente ocorra.

Via: Washington Post