A aplicação para compartilhamento de arquivos eMule ganhou a sua primeira atualização em 10 anos. A última versão (0.50a), lançada em abril de 2010, finalmente adquiriu melhorias, como otimizações de segurança e correção de bugs. 

A modalidade agora alcança a designação 0.60a e já está disponível para sistemas com arquitetura de 32 bits e também para 64 bits. A nova versão não é 100% oficial, já que não foi desenvolvida pela equipe original do projeto. 

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Na verdade, ela foi projetada pelos membros amadores da comunidade eMule, sendo divulgada em um fórum online. Trata-se de uma melhoria com base em um recurso pioneiro de 2002, que tem código aberto e está disponível no repositório de projetos livres SourceForge

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eMule era muito popular no início de 2000, quando muitos usuários utilizavam computadores com monitores de tubo. Crédito:Rangizzz/Shutterstock

Renovação 0.60a

O eMule mais recente está com mudanças de suporte HTTPS para determinados downloads (incluindo lista de servidores, filtros de endereços IP, idiomas adicionais, etc). A implementação do Windows UPnP sofreu alterações e as notificações de e-mail SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) podem agora usar SSL (Secure Socket Layer), que cria um canal criptografado entre um servidor web e um navegador, para transmitir dados de modo mais seguro. 

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Outras vantagens são a correção de bugs e também a possibilidade de realizar download via torrent junto ao seu P2P. O design do eMule também está bem mais moderno do que nos anos 2000. Quem deseja matar a saudade do recurso e conferir por conta própria suas novidades, pode fazer download no fórum do eMule Project

eMule dos anos 2000

O eMule surgiu em 2002, um tempo nostálgico quando ainda não existiam serviços de streaming de músicas como Spotify e Deezer; ou de filmes, tais como NetflixAmazon Prime Video. Por isso, os usuários tinham que recorrer a serviços P2P (peer-to-peer), realizando transferências de arquivos entre duas máquinas que os tinham baixados. 

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Ele funcionava por meio de um gerenciador P2P capaz de procurar por outro computador que também tivesse o programa instalado e o arquivo desejado. Era comum, entretanto, que o item não tivesse completo, caso o download não fosse finalizado pelos pares. A aplicação então buscava o arquivo em outros PCs, até que a música, por exemplo, fosse baixada por completo. 

Só assim já dá para perceber que costumava ser bem complicado compartilhar arquivos. Ainda mais porque, muitas vezes, eles vinham com vírus. Isso diminuiu a popularidade do eMule e, com o surgimento dos torrents, o recurso acabou sendo deixado de lado. 

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eMule funciona sob o princípio P2P (peer-to-peer). Crédito: Michael Traitov/Shutterstock

O eMule era bem mais lento, pois o P2P buscava o arquivo em partes e era necessário que os usuários estivessem usando o mesmo programa. Já o torrent não: nele pode ser usado vários recursos, como o uTorrent, BitComet e Transmission.

Além disso, o torrent obtém pedaços de arquivos baixados em vários computadores ao mesmo tempo, diminuindo o tempo de demora do download. Esse mecanismo só é possível, pois a tecnologia usa um tracker (rastreador, em inglês), capaz de buscar por usuários com os documentos já baixados.

 

Fonte: Xataka