Sabe-se que dormir pouco pode trazer sérias consequências para os indivíduos. No entanto, o que pesquisadores de diversas universidades de Pequim descobriram é que o inverso também é possível. O estudo dos especialistas aponta que passar muitas horas dormindo pode acelerar um processo de declínio cognitivo ao longo do tempo.

O estudo, que foi revisado por pares, utilizou duas outras pesquisas populacionais sobre envelhecimento para servir de base para as descobertas – o English Longitudinal Study of Aging e o China Health and Retirement Longitudinal Study. A partir disso, eles reuniram pouco mais de 28 mil indivíduos para estabelecer uma ligação entre “padrões extremos de sono” e atividades cognitivas.

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Os voluntários foram entrevistados para que fosse possível entender quais seus hábitos noturnos – como quantas horas dormem. Em seguida, todos foram submetidos a testes como recordação imediata e tardia, além de provas de fluência verbal. O estudo teve como foco indivíduos com mais de 45 anos.

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Dormir pouco também pode ser um fator determinante para o declínio cognitivo. Foto: Sam Wordley/ Shutterstock

Com isso, os pesquisadores descobriram que, com o tempo, os participantes que dormiam menos de quatro horas ou mais de dez horas por noite apresentaram um declínio mental mais acentuado do que o encontrado no grupo de controle, que dormia sete horas por noite.

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Embora os pesquisadores digam que estudos complementares sobre o assunto devem ser feitos para analisar outras variantes, eles recomendam que a “função cognitiva seja monitorada em indivíduos com duração de sono insuficiente ou excessiva”.

Descobertas anteriores

Este não é o primeiro estudo do tipo a analisar a ligação entre o sono e a cognição. Anteriormente, os padrões de sono já foram estudados como marcadores potenciais da doença de Alzheimer.

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Os perigos de dormir muito também já foram considerados, mas em situações um pouco diferentes. Uma pesquisa mostrou que as pessoas com hábito de utilizar o famoso ‘botão soneca’ do despertador têm maior probabilidade de se sentirem confusas pela manhã.

Isso ocorre devido a um fenômeno chamado de inércia do sono, que causa uma sensação de confusão mental ao acordar e, às vezes, faz tarefas simples parecerem desafiadoras.

Por isso, deve-se ter um padrão de sono regular para evitar tais problemas. O número de horas mais associado a uma boa rotina é o de oito. No entanto, segundo especialistas, essa quantidade depende principalmente da idade dos indivíduos. A média ideal, segundo o National Sleep Foundation, é de sete a nove horas por noite.

Via: MindBodyGreen