Dormir muito pode acelerar o surgimento de problemas cognitivos, diz estudo

Mais de 28 mil voluntários foram analisados para entender como os hábitos noturnos poderiam afetar o cérebro
Luiz Nogueira25/09/2020 12h01, atualizada em 25/09/2020 12h25

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Sabe-se que dormir pouco pode trazer sérias consequências para os indivíduos. No entanto, o que pesquisadores de diversas universidades de Pequim descobriram é que o inverso também é possível. O estudo dos especialistas aponta que passar muitas horas dormindo pode acelerar um processo de declínio cognitivo ao longo do tempo.

O estudo, que foi revisado por pares, utilizou duas outras pesquisas populacionais sobre envelhecimento para servir de base para as descobertas – o English Longitudinal Study of Aging e o China Health and Retirement Longitudinal Study. A partir disso, eles reuniram pouco mais de 28 mil indivíduos para estabelecer uma ligação entre “padrões extremos de sono” e atividades cognitivas.

Os voluntários foram entrevistados para que fosse possível entender quais seus hábitos noturnos – como quantas horas dormem. Em seguida, todos foram submetidos a testes como recordação imediata e tardia, além de provas de fluência verbal. O estudo teve como foco indivíduos com mais de 45 anos.

Reprodução

Dormir pouco também pode ser um fator determinante para o declínio cognitivo. Foto: Sam Wordley/ Shutterstock

Com isso, os pesquisadores descobriram que, com o tempo, os participantes que dormiam menos de quatro horas ou mais de dez horas por noite apresentaram um declínio mental mais acentuado do que o encontrado no grupo de controle, que dormia sete horas por noite.

Embora os pesquisadores digam que estudos complementares sobre o assunto devem ser feitos para analisar outras variantes, eles recomendam que a “função cognitiva seja monitorada em indivíduos com duração de sono insuficiente ou excessiva”.

Descobertas anteriores

Este não é o primeiro estudo do tipo a analisar a ligação entre o sono e a cognição. Anteriormente, os padrões de sono já foram estudados como marcadores potenciais da doença de Alzheimer.

Os perigos de dormir muito também já foram considerados, mas em situações um pouco diferentes. Uma pesquisa mostrou que as pessoas com hábito de utilizar o famoso ‘botão soneca’ do despertador têm maior probabilidade de se sentirem confusas pela manhã.

Isso ocorre devido a um fenômeno chamado de inércia do sono, que causa uma sensação de confusão mental ao acordar e, às vezes, faz tarefas simples parecerem desafiadoras.

Por isso, deve-se ter um padrão de sono regular para evitar tais problemas. O número de horas mais associado a uma boa rotina é o de oito. No entanto, segundo especialistas, essa quantidade depende principalmente da idade dos indivíduos. A média ideal, segundo o National Sleep Foundation, é de sete a nove horas por noite.

Via: MindBodyGreen

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital