A Disney aderiu ao movimento “Stop Hate for Profit” (“Pare o ódio lucrativo”, em inglês) e anunciou reduções drásticas em gastos com publicidade no Facebook. O boicote – que já conta com mais de 130 anunciantes, como Adidas, Coca-Cola e Microsoft – foi criado como forma de pressionar as redes sociais no combate a discursos de ódio e desinformação.
Apesar de não ser um boicote completo, o Facebook deve sentir o revés, já que a Disney foi a empresa que mais gastou em publicidade na rede no primeiro semestre deste ano, segundo a Pathmatics. O jornal americano The Wall Street Journal não informou se a represália irá continuar nos próximos meses.
Segundo fontes ligadas à situação, o conglomerado de entretenimento já suspendeu as propagandas de serviço de streaming de vídeo Disney + – só neste ano, a Disney gastou mais de US$ 210 milhões em publicidade na rede de Mark Zuckerberg para anunciar a nova plataforma. Canais de TV pertencentes à empresa, como ABC Family e Freeform também anunciaram o corte.
O Instagram, que pertence ao Facebook, também passou a ser afetado, já que o Hulu, serviço de streaming da Disney, retirou seus anúncios após ter feito um investimento de mais de US$ 16 milhões na plataforma de abril a junho.
Valor de mercado do Facebook já caiu mais de US$ 74,6 bilhões, diante dos cortes de gastos com publicidade na rede. Foto: Unsplash
Entenda o boicote
Grupos de direitos civis como a ADL (Liga Antidifamação) e NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) pediram que empresas interrompessem os gastos com publicidade em julho, dada a omissão do Facebook contra as publicações racistas e de ódio erguidas após a morte do segurança negro George Floyd, no fim de maio.
Gigantes como Unilever, Starbucks, Ford e Verizon já aderiram ao boicote, que parece cada vez mais ganhar aliados. Segundo levantamento da WFA (Federação Mundial dos Anunciantes) divulgado pelo americano Financial Times, um terço das maiores marcas globais já anunciou a suspensão de propagandas em redes sociais ou planeja fazê-lo.
Reação
Diante do impasse que não parece ter prazo final, o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que a rede fará um grande investimento para impedir a propagação de conteúdos de ódio na plataforma.
Vale lembrar que a rede arrecada cerca de US$ 70 bilhões por ano em publicidade.
Via: Folha de S. Paulo