A chefe de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, afirmou nesta terça-feira (7) que a companhia precisa aprimorar políticas para encontrar e remover conteúdos que promovem ódio na rede social. A declaração marca o primeiro posicionamento público da diretora acerca dos métodos de moderação da empresa em meio ao boicote de anunciante à plataforma promovido pela campanha Stop Hate For Profit.

O movimento incentiva organizações a suspenderem a contratação de anúncios no Facebook durante o mês de julho para pressionar a rede social a adotar medidas mais rígidas de combate a discursos de ódio, assédio moral e desinformação na plataforma. A iniciativa conta com a adesão de mais de 900 marcas, entre elas a Coca-Cola, Unilever e Starbucks.

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“Ser uma plataforma em que todos podem ter voz é essencial para a nossa missão, mas isso não significa que é aceitável que as pessoas espalhem ódio.”, afirmou Sandberg, em publicação na rede social. Ela diz que o Facebook tem políticas claras contra discursos de ódio e mantém esforços constantes para aprimorar a aplicação dessas políticas.

“Fizemos um progresso real ao longo dos anos, mas esse trabalho nunca termina e sabemos que o Facebook uma grande responsabilidade em aprimorar como identificar e remover conteúdos de ódio.” escreveu.

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Reprodução

CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e a chefe de operações da companhia, Sheryl Sandberg. Imagem: Wikicommons

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De acordo com Sandberg, a rede social está promovendo mudanças “porque é a coisa certa a se fazer” e negou que elas sejam motivadas por questões financeiras ou pressão de anunciantes. Ainda assim, a chefe de operações revelou que executivos do Facebook, incluindo ela e o CEO e fundador da companhia Mark Zuckerberg, tinham reunião marcada na manhã desta terça-feira com organizações à frente da campanha Stop Hate for Profit, como a NAACP a Anti-Defamation League.

“Nos reuniremos no contexto do que pode ser o maior movimento social da história dos EUA e a melhor e mais recente chance de nossa nação de agir contra o racismo que permeia nosso país desde antes de nossa independência.”, escreveu a líder do Facebook, em referência aos protestos nacionais contra o racismo e a truculência policial decorrentes do assassinato de George Floyd. Vale lembrar que a resposta do Facebook diante de publicações de discursos de ódio e incitação à violência contra manifestantes na rede social foi um dos estopins para a criação da campanha de boicote à plataforma.

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Auditoria

A empresa também vai antecipar a divulgação de uma auditoria independente de direitos civis, políticas e práticas da companhia nesta quarta-feira (8), informou Sandberg. De acordo com ela, há dois anos em execução, o estudo já provocou “efeitos profundos” na cultura corporativa do Facebook e como a empresa entende seu impacto no mundo.

“Isso nos ajudou a aprender muito sobre o que poderíamos fazer melhor e colocamos em prática muitas recomendações dos auditores e da comunidade de direitos civis em geral. Embora não façamos todas as alterações que eles pedem, em breve colocaremos mais propostas em prática”, escreveu.

A chefe de operações do Facebook ainda garantiu que a companhia publicará, em breve, um relatório sobre diversidade de inclusão em breve. “Nunca seremos perfeitos, mas nos preocupamos profundamente com isso. Continuaremos a ouvir, aprender e trabalhar nas próximas semanas, meses e anos”, concluiu Sandberg.