Desenvolvedor consegue rodar o Windows em um Mac com o chip M1

Versão ARM do sistema, criada para o Surface Pro X, rodou dentro de uma máquina virtual e pode executar apps escritos para os PCs
Rafael Rigues27/11/2020 19h38

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Desde que a Apple migrou toda sua plataforma de hardware para os processadores Intel, em 2006, usuários de Macs podem ter o “melhor dois dois mundos” e rodar o Windows, e seus aplicativos, dentro do mac OS usando um software como o Parallels Desktop. O Parallels não é um emulador: ele executa código x86 nativamente no processador do Mac, e virtualiza os outros recursos da máquina (RAM, disco, GPU, periféricos) para criar um “PC” dentro do Mac.

Mas o processador M1 que equipa os novos Macs lançados no início deste mês é baseado na arquitetura ARM, com um conjunto de instruções completamente diferente da arquitetura x86 dos PCs. Desta forma, é impossível executar o Windows via Parallels nas novas máquinas.

O mac OS Big Sur até inclui um “tradutor” de código x86 chamado Rosetta 2, usado para rodar apps escritos para os Macs Intel nas novas máquinas. Mas embora funcione muito bem com apps tradicionais, ele não é compatível com a tecnologia de virtualização usada no Parallels.

Mas há uma esperança para quem ainda deseja ou precisa do Windows dentro de seu Mac: um desenvolvedor chamado Alexander Graf usou o QEMU, um software de emulação e virtualização de código aberto, para rodar a versão ARM do Windows (Windows on ARM) dentro dos novos Macs.

Esta versão foi desenvolvida para rodar nos tablets Surface Pro X, que usam processadores ARM co-desenvolvidos pela Qualcomm e Microsoft chamados SQ1 e SQ2, e inclui um emulador para executar apps tradicionais escritos para a versão “PC” do sistema. Isso significa que é possível rodar muitos de seus apps Windows favoritos, embora indiretamente, nos novos Macs.

Graf escreveu um patch para o QEMU integrando-o com o Hypervisor.framework, recurso do mac OS Big Sur criado para facilitar o acesso à tecnologia de virtualização sem que os desenvolvedores tenham de escrever extensões para o kernel (núcleo) do sistema operacional.

Segundo ele, o desempenho não é problema: “O Windows ARM64 pode rodar aplicativos x86 muito bem. Não é tão rápido quanto o Rosetta 2, mas está perto”. Mas avisa: “isso ainda está no começo. Certamente é possível reproduzir os meus resultados – todos os patches estão na lista de discussão – mas não espere um sistema estável e completamente funcional, ainda”.

Fonte: MacRumors

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital