Covid-19: testes rápidos têm eficácia questionada por cientistas

Estudo canadense aponta que há pouca evidência que justifique a aplicação destes testes em postos de atendimento
Fabiana Rolfini02/07/2020 11h39, atualizada em 02/07/2020 11h42

20200508090150

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ao avaliarem estudos que recomendam a realização de testes rápidos para o diagnóstico da Covid-19, pesquisadores do Canadá apontaram “grandes fragilidades” e imprecisão nos mesmos. Com isso, eles afirmam que não há evidências para a aplicação de testes sorológicos em pontos de atendimento à saúde.

Para a conclusão do artigo publicado na quarta-feira (1º) pela revista britânica The BMJ, os cientistas revisaram cerca de 40 estudos anteriores sobre o tema e identificaram inconsistências nas produções. Segundo eles, há pesquisas enviesadas e com baixo nível de amostragem.

Além disso, os pesquisadores apontaram para uma diferença na sensibilidade de testes clínicos e comerciais. Os testes de farmácia apresentaram resultados inferiores aos aplicados em laboratórios clínicos.

Reprodução

Cientistas recomendam que o diagnóstico da Covid-19 seja comprovado pelo RT-PCR. Foto: Reprodução 

Diversidades também puderam ser observadas quanto à sensibilidade de cada tipo de teste aplicado para diagnosticar a doença. Os ensaios de imunoabsorção enzimática (ELISA, em inglês) se mostraram mais eficazes que os imunoensaios de fluxo lateral (LFIA). O primeiro apresentou uma resposta de confiança próxima à 84%, enquanto o segundo, de apenas 66%.

Recomendações de testagem

A partir das descobertas, os pesquisadores recomendam que o diagnóstico da doença seja comprovado pelo RT-PCR (que mede a presença do vírus ativo no corpo), e que os estudos devem usar esta avaliação como referência para a validação dos testes rápidos.

Além disso, a amostragem de pacientes avaliados pelos estudos tem que ser ampliada e os protocolos de testagem padronizados para que não haja interferência do meio nos resultados.

Eles reforçaram ainda a necessidade de testes de referência e uma avaliação “cega” para que não haja conflito de interesses nas pesquisas.

Via: G1

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital