Covid-19: casos assintomáticos perdem anticorpos mais cedo, diz estudo

Pesquisa inglesa também analisou pacientes por faixas etárias; profissionais de saúde mostraram na prática maior vulnerabilidade ao Sars-Cov-2
Leticia Riente27/10/2020 11h20, atualizada em 27/10/2020 11h50

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Estudo realizado pelo Imperial College London e pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos Mori revela que casos assintomáticos de Covid-19 perdem mais rápido os anticorpos detectáveis gerados contra a doença. O documento também sugere que pessoas entre 18 e 24 anos executam esta perda de maneira mais lenta se comparado com idosos de 75 anos ou mais. A pesquisa é uma das maiores deste tipo já realizadas na Grã-Bretanha.

Resumidamente, os cientistas descobriram que a resposta imunológica reduz com o tempo após a infecção pela doença. Para isso, 365 mil adultos foram selecionados aleatoriamente. O analisados entre 20 de junho e 28 de setembro receberam, em casa, três rodadas de testes por meio de picadas nos dedos. Este tipo de exame pode demonstrar a quantidade de anticorpos no organismo de uma pessoa contra o coronavírus.

Reprodução

Estudo sugere que anticorpos contra Covid-19 têm sua eficiência reduzida com o tempo. Créditos: Angello Deco/Shutterstock

Os resultados indicaram que o número de pessoas com anticorpos caiu 26,5% no período aproximado de três meses. Se isso for ampliado para nível nacional, pode representar que a proporção da população inglesa com anticorpos caiu de 6% para 4,4%.

James Bethell, ministro da saúde júnior da Grã-Bretanha, chamou a conclusão do estudo de “uma parte crítica da pesquisa, ajudando-nos a compreender a natureza dos anticorpos da Covid-19 ao longo do tempo”.

De qualquer forma, os cientistas envolvidos alertaram que muitos aspectos da doença, suas ações e consequências ainda permanecem desconhecidas, e isso inclui a resposta de anticorpos de longo prazo. “Ainda não está claro que nível de imunidade os anticorpos fornecem, ou por quanto tempo essa imunidade dura”, explicou Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública do Imperial.

Profissionais de saúde

O estudo também analisou anticorpos em profissionais de saúde. Infelizmente, a descoberta é negativa, mas esperada: o número de trabalhadores da área com teste positivo para anticorpos não mudou com o tempo, refletindo potencialmente a exposição repetida ou inicial mais elevada ao vírus Sars-Cov-2.

“Este grande estudo mostrou que a proporção de pessoas com anticorpos detectáveis está caindo com o tempo. Ainda não sabemos se isso deixará essas pessoas em risco de reinfecção com o vírus que causa Covid-19, mas é essencial que todos continuem a seguir as orientações para reduzir o risco para si próprios e para os outros”, destacou o cientista Helen Ward, um dos autores da pesquisa.

Via: Science Alert

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital