O Facebook anunciou ontem que o atual CEO da American Express, Kenneth Chenault, passará a integrar o seu conselho diretor a partir do dia 5 de fevereiro de 2018, quando a rede social completará 14 anos. Quando isso acontecer, Chenault se tornará o primeiro membro da história do conselho a não ser de etnia branca.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, disse no anúncio que estava “tentando recrutar Ken há anos”, pois acredita que ele tem experiência em “áreas que o Facebook precisa melhorar – atendimento ao consumidor, comércio direto e a construção de uma marca confiável”. Além disso, segundo Zuckerberg, o CEO da Amex também “tem um forte senso de missão social”.

Chenault, por sua vez, diz estar “deliciado de se unir ao Conselho” e ansioso por “trabalhar com Mark e outros diretores do Facebook enquanto a empresa segue criando comunidades que ajudam a unir as pessoas”. Além de ser CEO da American Express, ele também participa dos conselhos diretores da IBM, Procter & Gamble e da Harvard Corporation. 

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Por que diversidade importa?

Esse anúncio chega apenas alguns meses após a ProPublica divulgar que o Facebook permite discriminação racial em anúncios de vagas de emprego e de moradia. A rede social já estava ciente de que isso era contra a lei nos Estados Unidos há pelo menos um ano, mas mesmo assim seguia dando essa opção aos seus anunciantes. A situação levou a diretora de operações da empresa, Sheryl Sandberg, a enviar uma justificação ao congresso dos Estados Unidos.

Sendo uma plataforma usada por mais de 2 bilhões de pessoas- muitas das quais dependem da plataforma para gerar renda ou ter contato com sua família – o Facebook precisa garantir que todas elas possam usar seu sistema como lhe parecer melhor. Considerando que seus usuários têm uma enorme variedade de etnias, países, condições sociais e culturas, é necessário que a empresa tenha uma boa compreensão sobre essas diferentes formas de uso.

Para isso, a melhor maneira é que pessoas que representem essa variedade de usuários estejam presentes nas instâncias de decisão da empresa. Não é, porém, o que acontece: como o Gizmodo aponta, o conselho diretor da empresa é atualmente composto inteiramente por brancos, três quartos dos quais são homens.

Os documentos de contratação (pdf) do Facebook mostra que apenas cerca de 4% das pessoas que a empresa contrata são negras. Para efeito de comparação, a proporção de novos alunos da Universidade de Harvard que são negros é 14%; em outras palavras, como o site aponta, é mais provável que um negro entre em Harvard do que ele seja empregado no Facebook. Além disso, um estudo estimou que a discriminação um custo anual de US$ 16 bilhões para o mercado de tecnologia.