Como as empresas de tecnologia respodem à convulsão social nos EUA

Empresas estão doando e convocando funcionários a doar dinheiros para organizações de combate à desigualdade racial
Renato Santino01/06/2020 23h57, atualizada em 02/06/2020 00h00

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As manifestações contra a brutalidade policial desencadeadas pela morte de George Floyd por asfixia após abordagem estão mexendo com a sociedade dos Estados Unidos, e as empresas de tecnologia, que em sua maioria têm sedes ou atuação ampla no país, não ficaram indiferentes.

A maioria delas têm publicado comunicados a favor da luta contra o racismo, mas algumas das companhias também tem se comprometido a apoiar financeiramente organizações que tenham papel ativo em ações contra a desigualdade racial.

Apple

A Apple, por meio de um comunicado interno, informou aos seus funcionários que faria uma doação para algumas organizações, incluindo a Equal Justice Initiative, que combate justamente a desigualdade racial.

A empresa também informou que, durante o mês de junho, todas as doações feitas pelos seus colaboradores serão cobertas em dobro pelo cofre da companhia. Ou seja: se um funcionário doar US$ 1, a empresa doará US$ 2.  A ação já engloba o “Juneteenth”, em 19 de junho, celebração da abolição da escravidão nos Estados Unidos.

Facebook

Já Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, anunciou por meio de sua página na rede social, que a companhia também fará uma doação de US$ 10 milhões para organizações de luta por direitos civis, embora os nomes das instituições não tenham sido revelados.

Zuckerberg também informou que a organização que dirige junto de sua esposa, Priscilla Chan, a Chan Zuckerberg Initiative, já doa mais de US$ 40 milhões anuais a organizações dedicadas ao combate à desigualdade racial.

As doações de Zuckerberg e do Facebook podem criar alguma confusão neste momento. Um grupo de funcionários da empresa anunciou um protesto contra a polêmica decisão de não agir contra uma publicação de Donald Trump, que afirmou que “quando os saques começam, os tiros começam”, defendendo o uso de força letal contra os manifestantes. O mesmo post foi ocultado no Twitter atrás de um aviso de que feria os termos de uso, mas que não poderia ser excluído por se tratar de um post de interesse público.

Google

Do lado do Google, a principal manifestação veio da plataforma de vídeos YouTube. A divisão anunciou uma doação de US$ 1 milhão para organizações de combate à desigualdade, embora não tenha revelado quais são essas instituições.

A empresa também decidiu remarcar um de seus eventos mais importantes do ano, com o lançamento formal do Android 11 e a liberação da primeira versão beta, que finalmente poderia ser instalada facilmente nos celulares do público comum. Originalmente, o evento aconteceria virtualmente em 3 de junho, mas a empresa julgou que “não era hora de celebração”.

Sony

A Sony é outra empresa que tinha um grande evento marcado para esta semana, mas decidiu remarcá-lo para outra data não especificada, justificando que “havia outras vozes mais importantes a serem ouvidas”. Como resultado, a apresentação de jogos do PS5 e potencialmente o visual do console ficará para uma outra data ainda não definida.

A empresa não anunciou nenhuma doação, mas está igualando as doações de funcionários. A Naughty Dog, desenvolvedora de jogos que pertence à Sony, revelou que vários dentro da empresa estão doando, e Neil Druckmann, vice-presidente do estúdio, confirmou que a Sony, mais especificamente a divisão de PlayStation, estava doando a mesma quantia que os colaboradores.

Intel

A Intel foi uma das empresas que se posicionou financeiramente no apoio, com o anúncio de uma doação de US$ 1 milhão para diferentes organizações que combatem injustiças sociais e o racismo.

A empresa também anunciou que decidiu encorajar seus funcionários a fazerem o mesmo. Colaboradores que apoiarem as organizações Black Lives Matter Foundation, Center for Policing Equity e NAACP Legal Defense Fund poderão ter os valores igualados pela companhia.

Quem se manifestou?

Nem todas as empresas que manifestaram algum apoio ao movimento nos Estados Unidos movimentaram doações, mas utilizaram seus canais para deixar uma mensagem contra o racismo e a violência policial.

Confira as manifestações:

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital