Cientistas ressuscitam vermes congelados há mais de 40 mil anos

Nematoides foram encontrados em amostras de solo permanentemente congelado (permafrost) na Rússia
Rafael Rigues21/02/2020 19h34

20200221043939-1772x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores do Instituto de Problemas Físico-Químicos e Biológicos da Ciência do Solo, parte da Academia Russa de Ciências, e da Universidade Estadual de Moscou conseguiram ressuscitar exemplares de vermes nematoides congelados há mais de 40 mil anos em trechos de solo permanentemente congelado (permafrost) na Rússia.

Esta é a primeira evidência de organismos multi-celulares voltando à vida após milênios de hibernação, embora algo similar já tenha sido conseguido com vírus. Os nematoides pertencem a duas espécies conhecidas pela ciência (Panagrolaimus detritophagus e Plectus parvus), e tem cerca de 1 mm de comprimento.

Os cientistas analisaram mais de 300 amostras de permafrost, e encontraram os nematoides em duas delas, uma com idade estimada em 32 mil anos e outra com 42 mil anos. Depois de isolar os vermes, todos fêmeas, eles foram descongelados e os cientistas os observaram se movendo e se alimentando.

O mecanismo biológico que permitiu que os nematoides sobrevivessem por tanto tempo não é conhecido, mas será objeto de estudo. Entender seu funcionamento pode ter utilidade em áreas como a criomedicina, criobiologia e astrobiologia.

Fonte: Live Science

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital