Foi realizada nesta quarta-feira, 10, em São Paulo, a Play Time 2016, encontro do Google com desenvolvedores de aplicativos brasileiros para um dia de palestras, reuniões, oficinas e debates. No evento, o Olhar Digital teve a chance de conversar com Mark Bennett, diretor internacional da Google Play.
Segundo Bennett, o Brasil é um dos principais mercados da loja de apps do Google, mas um problema ainda incomoda a equipe que cuida da Play Store: a fragmentação do Android. Como ele mesmo reconhece, o sistema operacional mobile é usado em muitas versões diferentes, com muitas modificações diferentes ao redor do mundo.
Isso acontece porque, quando uma fabricante decide fazer um smartphone Android, é comum que ela faça uma série de modifcações na interface e no código-base do sistema para diferenciá-lo dos concorrentes. É por isso que o Android puro (visto em celulares Nexus ou Motorola, por exemplo) é tão diferente do Android em um celular da Samsung ou da LG.
Isso acaba dificultando a adesão dos usuários a versões mais novas do sistema, porque cada fabricante precisa otimizar e adaptar a interface do Android aos seus dispositivos antes de lançar o update para os consumidores. O resultado é que milhões de usuários acabam estagnados em uma versão ultrapassada do sistema enquanto a versão mais nova leva meses para chegar a mais de 2% dos dispositivos.
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Bennet reconhece o problema. “A fragmentação em diferentes formas, dispositivos diferentes usando versões diferentes do Android, deixa tudo mais complexo para os desenvolvedores de apps”, diz. Apesar disso, ele acredita que essa defasagem “é um problema menor hoje do que o que já foi no passado”.
“A equipe da Google Play tem muito trabalho para tentar reduzir essa complexidade para os desenvolvedores. Nós temos suítes de testes e emuladores que ajudam os desenvolvedores a experimentar seus apps nas mais diversas iterações. São literalmente milhares de tipos de dispositivos diferentes disponíveis nessa plataforma para que os desenvolvedores não precisem comprá-los ou construir suas próprias suítes”, conta Bennett.
O chefe da Google Play diz que a empresa também trabalha com as OEMs (Original Equipment Manufacturers, ou fabricantes do equipamento original), que são as empresas que fabricam smartphones Android, como Samsung, LG, Asus, entre outras; tudo para encorajá-las a otimizar o hardware dos produtos e acelerar a atualização do sistema. Mas mesmo assim, “sempre há espaço para melhorarmos”, conclui Bennett.