Camada de ozônio da Terra está se recuperando, diz estudo

Estudo diz que o deslocamento contínuo do fenômeno para o sul do planeta foi interrompido graças a resultados do Protocolo de Montreal
Redação26/03/2020 15h40, atualizada em 26/03/2020 16h18

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Um novo estudo de pesquisadores norte-americanos concluiu que a redução da emissão de gases prejudiciais à camada de ozônio, determinada pelo Protocolo de Montreal, ajudou a conter alterações de um fenômeno conhecido como ‘correntes de jatos’ em áreas polares no hemisfério sul do planeta.

Segundo o artigo, publicado na Nature nesta quarta-feira (25), as correntes de jato correspondem a ventos de alta velocidade que atingem locais com grandes altitudes nos polos terrestres.

A deterioração da camada de ozônio, no entanto, provocou o deslocamento contínuo dessas correntes para o sul e afetou a ocorrência de chuvas em algumas regiões. As mudanças teriam, por exemplo, reduzido o volume de precipitações na costa da Austrália.

A pesquisa aponta que a migração contínua das correntes de jato cessaram. Por meio de simulações computadorizadas, os cientistas associaram a pausa à recuperação de parte da camada de ozônio. Ao mesmo tempo, descartaram a hipótese de um movimento natural – isto é, que o recuo poderia acontecer por ações exclusiva das correntes.

Os resultados ainda foram atribuídos a impactos do Protocolo de Montreal. Assinado em 1987, o tratado internacional estabelece restrições a pelo menos oito substâncias danosas à camada de ozônio. Entre elas o CFC, antigamente muito encontrado em aerossóis e gases de refrigeração.

Devido ao acordo, países empenharam esforços para substituir o composto por outras substâncias menos nocivas, o que resultou no banimento total do gás em muitas das nações. O Brasil, que assinou o protocolo em 1990, já baniu completamente as emissões do CFC e outros quatro gases danosos, de acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente.

Recuperação x Gases Estufa

Embora o estudo aponte efeitos positivos do Protocolo de Montreal, todo o progresso registrado pela pesquisa pode estar em risco, uma vez que as emissões de dióxido de carbono na atmosfera contribuem para impactos ambientais negativos no planeta.

Se por um lado, em 2019, a Nasa identificou que o buraco na camada de ozônio é o menor desde 1982, de outro, a Terra alcançou a maior concentração de CO2 em toda a história humana. No ano anterior, somente a China foi responsável por emitir mais de 10.000 megatoneladas da substância, excluindo-se outros gases estufa.

“Os resultados da guerra dos efeitos opostos entre a recuperação da camada de ozônio e o aumento da emissão de gases estufa que vai determinar os padrões do futuro.”, disse a coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Colorado Boulder, Antara Banerjee, em entrevista ao Science Alert.

Fonte: Science Alert

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital