O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB) recomendou nesta terça-feira que o Boeing 737 Next Generation seja redesenhado para evitar outra tragédia como a que aconteceu no ano passado. O incidente fatal ocorreu devido a uma falha na parte do motor do avião durante um voo. A empresa afirmou total foco para corrigir o erro. 

Com a recomendação, mais de 7 mil aviões 737 NG podem ser afetados, pois precisariam que a entrada dos motores fosse reprojetada para conter peças que se soltam em casos de falha. “Essas recomendações mostram o caminho para uma segurança maior, mesmo quando ocorre um evento de fan-blade-out”, afirmou Robert Sumwalt, presidente do NTSB. 

A Boeing comunicou por e-mail que visa introduzir as melhorias requisitadas na parte do motor que não suporta uma lâmina de ventilador quebrada. “A Boeing está comprometida em trabalhar em estreita colaboração com a FAA, os fabricantes de motores e as partes interessadas do setor para implementar melhorias que atendam às recomendações de segurança do NTSB”, diz o comunicado. 

O modelo Next Generation é um antecessor do 737 Max, autor de outros dois acidentes fatais ocorridos no ano passado. A falha do NG ocorreu com uma pá do ventilador de um motor fabricado pela CFM International, que quebrou e fez uma mulher ser sugada pelo jato do avião. Após as declarações do conselho, as ações da Boeing caíram menos de 1%, para US$ 367,41, às 13h50. 

A CFM, joint venture entre a General Eletric Co. e a francesa Safran SA, disse que desenvolveu o design do motor em colaboração com a Boeing e pretende adotar quaisquer medidas adicionais de segurança. “Continuaremos a cumprir rigorosamente os requisitos regulamentares, incluindo quaisquer alterações que possam ser adotadas como resultado das recomendações do NTSB”, informou a empresa. 

A companhia responsável realizou simulações com as pás em 2018 e não encontrou nenhum problema similar ao ocorrido, de acordo com o NTSB. “É necessário que os motores sejam envoltos em uma luva blindada para impedir que detritos causados por uma falha atinjam o avião. Tais falhas não foram previstas durante a certificação de testes”, disse o conselho. 

O incidente do 737-700 ocorreu pouco depois das 11h, no dia 17 de abril de 2018, em um avião que saiu de Nova Iorque e tinha como destino Dallas. A lâmina do ventilador fraturado iniciou uma reação em cadeia que levou um pedaço de metal a sair do motor a jato, quebrar uma janela do avião e provocar uma descompressão explosiva. O ar saindo a cerca de 32.500 pés sugou uma mulher de 43 anos, que acabou falecendo apesar das tentativas dos outros tripulantes de salvá-la. 

Via: Bloomberg