Redes como o Google e Youtube já afirmaram que não aprovam disseminação de fake news em suas plataformas. Entretanto, as eleições presidenciais dos EUA se aproximam, e Donald Trump teve mais de 300 campanhas vetadas nas mídias sociais. Dentre os conteúdos, a maior quantidade foi encontrada no Facebook, que se recusou a retirar informações falsas sobre seu oponente, Joe Biden.
As publicidades políticas nas mídias sociais não seguem as mesmas regras da televisão. O conteúdo online é submetido a exames específicos devido a capacidade ampla (e rápida) de disseminação. Boa parte das plataformas não conseguem apurar devidamente as matérias por conta da alta quantidade de algoritmos, público alvo, velocidade de envios, postagens e compartilhamentos.
Em outubro, o Twitter anunciou a proibição de anúncios políticos em sua plataforma. No entanto, o Google e o YouTube, sua subsidiária, não vetaram totalmente a prática, mas divulgaram alguns ajustes e esclarecimentos à sua política, incluindo a limitação de microtarget em usuários.
Em entrevista para o portal 60 Minutes, Susan Wojcicki, CEO do YouTube, disse que o anúncio de Trump sobre Biden não viola as políticas da plataforma. Ao ser questionada sobre a retirada de anúncios do atual presidente americano, a profissional diz que “Existem anúncios do presidente Trump que não foram aprovados para exibição no Google ou no YouTube”. Quando pressionada, Wojcicki acrescenta: “Bem, eles estão disponíveis em nosso relatório de transparência”.
Após o ciclo eleitoral de 2016, o Google e o YouTube, assim como o Facebook, disponibilizam ao público um arquivo de campanhas políticas que foram exibidos no site. Ao verificar o documento, é possível identificar mais de 300 anúncios de Trump que foram retirados do YouTube e Google no verão. Não há detalhamento sobre os tipos de conteúdo, mas todos violam as políticas da empresa.
O arquivo detalha quantos dias o anúncio foi executado na plataforma antes de ser retirado, assim como o valor fornecido ao Google e quantas impressões ele recebeu. Normalmente, as publicidades ficavam disponíveis antes de serem retiradas, sugerindo que as mesmas atingiram o público-alvo antes da remoção.