América Latina esgota endereços IPv4; entenda

Entidade responsável pela distribuição dos endereços afirma que último bloco de endereços foi reservado; mudança para o IPv6 está em andamento
Bruno Felix24/08/2020 23h47, atualizada em 25/08/2020 16h30

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A região da América Latina e Caribe está oficialmente sem IPs disponíveis, segundo a Latin American and Caribbean Internet Address Registry (Lacnic). A entidade, sediada no Uruguai, informou que o último bloco de endereço IPv4 foi reservado, encerrando a fase de distribuição iniciada em fevereiro de 2017.

Durante o período, foram distribuídos mais de 5,6 milhões de endereços IPv4, em um processo de “exaustão programada”, implementados de acordo com políticas definidas pela comunidade. Em agosto, o número de distribuições dobrou, o que acelerou o processo e antecipou a data prevista de esgotamento dos endereços.

Em virtude da aceleração na distribuição, a Lacnic tem reforçado o pedido a todas as organizações da região que acelerem a implementação do IPv6 em suas redes, para poder acomodar o crescimento da internet. Como forma paliativa de resolver a escassez de ‘espaço’, alguns endereços estão sendo recuperados pela Lacnic desde março, entretanto, eles não são disponibilizados imediatamente, pois passam por um processo de ‘quarentena’ de seis meses. Desta forma, os primeiros blocos serão liberados em setembro.

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O que é um endereço IPv4, e por que eles estão ‘acabando’?

Você com certeza já ouviu falar no termo endereço IP, que significa Internet Protocol, ou protocolo de internet. Ele é a tecnologia que permite a todos os aparelhos se conectarem à internet por um endereço único, como 192.168.0.1, por exemplo. O IPv4 nada mais é que a versão 4 deste protocolo, que transfere endereços a 32 bits – endereços estes que, como explicado acima, estão chegando a um limite ao redor do mundo.

Para resolver o problema foi criado o IPv6, uma versão ‘atualizada’ do IPv4, com transferência a 128 bits, e por isso suporta um número muito maior de endereços, da ordem de 340.282.366.920.938.000.000.000.000.000.000.000.000 possibilidades. Com isso, seria possível permitir o crescimento ainda maior da internet pelos próximos anos. A mudança, no entanto, não afeta o usuário final, já que sistemas operacionais como Windows e MacOS já mudaram para o IPv6 há anos, assim como os gigantes da internet, como Google, Facebook e outros.

Fonte: Lacnic e Mashable

Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Felix é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

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