IPV6 completa 10 anos no Brasil: entenda por que o padrão é indispensável

Renato Santino14/12/2018 21h01, atualizada em 15/12/2018 21h00

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Imagine como era a sua cidade há algumas décadas, ou então há centenas de anos.  Quando tudo era mato, tinha espaço de sobra para construir casas e prédios.  Só que o número de construções foi crescendo, crescendo… Prédios cada vez maiores. Mas a cidade tinha um espaço limitado e uma quantidade limitada de endereços. Mais ou menos como aconteceu com a internet. Só que em vez de endereço vamos falar do ip que funciona como uma identificação para cada site ou dispositivo como celular e computador.  É uma sequência de números. Aquela cidade que não tinha mais espaço era o IPV4. A cidade maior, a metrópole, é o IPV6.

IPV6 é o protocolo da internet versão seis: um conjunto de regras, para que dispositivos conversem entre si.  Ele foi definido pela organização internet engineering task force, porque no IPV4, que existe desde o comecinho da internet, só tem espaço para quatro bilhões de ip’s. Parece muito, não é verdade? Só que isso não é o suficiente… Atualmente o mundo tem cerca de dez bilhões de dispositivos conectados. Ou seja, o IPV4 nem daria mais conta. Mas calma a internet não “quebrou” porque a preocupação com esse limite é antiga.

O IP no IPV4 era uma sequência só de números. Já o ipv6 também tem uma sequência numerica, mas adicioou letras, que vão do “a” ao “f”. Sabe quantos ips podem existir no IPV6? É um número até difícil de pronunciar: são 340 undecilhões… Ou seja 340 e aí você acrescenta mais 36 zeros!

Justamente por permitir tantas conexões e abrir espaço para uma infinidade de dispositivos na internet, o IPV6 facilita a existência da internet das coisas: tudo conectado, inclusive eletrodomésticos, produtos do dia a dia. Porém os dois protocolos são incompatíveis, mas até existem alguns métodos para que os dois conversem entre si. E o que você precisa fazer sobre o IPV6? Calma, não precisa fazer nada! ​ primeiro por que a gente nem precisa digitar o IP quando procura por um site.  E também porque o IPV4 deve continuar ativo por muito tempo. A mudança nesse padrão é um desafio para provedores e as empresas de serviços.

Faz tempo que google, Netflix, Facebook, os gigantes da tecnologia, adotaram o IPV6. Operadoras de telefonia também. E aparelhos eletrônicos mais modernos já estão todos padronizados no IPV6. Para se ter uma ideia, o Windows xp [lançado em 2001] já tinha suporte para a versão número 6.  E quando você for comprar um novo dispositivo eletrônico é só perguntar ao vendedor se o equipamento já usa o novo protocolo.

No Brasil a adoção do IPV6 já completou dez anos.  Desde o início, o NIC, núcleo de informação e coordenação do ponto br atua para mostrar a importância dessa modernização, com eventos, palestras, cursos e vídeos informativos. E olha, o resultado é muito positivo.

Bom, não temos como prever o futuro, mas por enquanto, podemos garantir que a enorme quantidade de IPs que existem com o IPV6 dá e sobra.

Ah, e só como curiosidade o protocolo cinco até existiu: foi feito para vídeos, mas não foi adotado pelo mercado.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital

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