Com a possibilidade da criação de uma proposta de lei que possa obrigar o WhatsApp e outros aplicativos mensageiros a quebrar o sigilo de mensagens no país, o Olhar Digital entrou em contato com o WhatsApp para saber qual o posicionamento da empresa sobre o assunto. A assessoria da empresa (controlada pelo Facebook) enviou um comunicado à nossa redação, além de um infográfico, reforçando o que já sabemos há muito tempo: a criptografia de ponta a ponta do mensageiro é, segundo os administradores do messenger, impossível de quebrar!
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De acordo com a equipe do WhatsApp no Brasil, a segurança é um grande fator de uso do aplicativo entre os brasileiros, e a criptografia das mensagens é possivelmente o que motiva muitas pessoas a continuar usando o programa.
Depois que veio a público a proposta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que serviços como o WhatsApp e o Telegram sejam submetidos às leis brasileiras e, por conta disso, possam vir a ser obrigados a quebra do sigilo de mensagens e ligações sob determinação judicial, recebemos a seguinte declaração do WhatsApp:
“O WhatsApp se preocupa profundamente com a privacidade e a segurança de nossos usuários. Os brasileiros confiam no WhatsApp para todos os tipos de conversas confidenciais, incluindo com seus médicos, bancos e famílias, e é por isso que continuamos comprometidos em fornecer criptografia de ponta a ponta. A criptografia de ponta a ponta garante que apenas você e a pessoa com quem você está se comunicando possam ler o que é enviado, e ninguém mais, nem mesmo o WhatsApp”, informou a empresa.
Para realizar a criptografia das conversas, o sistema de segurança do WhatsApp gera duas chaves, uma pública e uma privada. As quais, a empresa garante que não possui acesso, por isso a tecnologia é denominada “de ponta-a-ponta”.
O posicionamento da empresa é bastante semelhante ao que foi apresentado por ela na época em que o WhatsApp teve seu funcionamento suspenso pela Justiça brasileira em 2016, fato que ocorreu por quatro ocasiões, mas sendo restabelecido horas depois.
Agora, a empresa divulgou também um infográfico, para explicar melhor como funciona a segurança no WhatsApp e porque é praticamente impossível interceptar e acessar as mensagens trocadas entre seus usuários, conforme quer a Justiça brasileira. Confira abaixo:
Como é possível notar, mesmo que o mensageiro mais popular do Brasil seja obrigado a manter uma sede em territória nacional, acessar o conteúdo das mensagens continuará sendo impossível. A justiça poderia exigir que a empresa criasse acessos do tipo backdoor (não autorizados) nestes casos? Poderia, mas isso não significa que a empresa assumiria tal responsabilidade. Levando em consideração que, em 2017, o WhatsApp negou o pedido de criação de uma backdoor para o governo de Londres, após atentados terroristas, dificilmente a empresa venha a criar tal precedente no Brasil por conta do combate ao crime organizado.
E aí, você acha que a integridade das mensagens trocadas no WhatsApp ou no Telegram deve ser mantida pelas empresas e a sua privacidade protegida?