O mercado de smartphones com valores médios entre R$ 2 mil e R$ 3 mil  teve crescimento acelerado no segundo trimestre de 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019. As vendas de aparelhos intermediários saltaram de 344 mil para um milhão de unidades vendidas, um crescimento de 194%.

O resultado desta categoria destoa de todo o resto do mercado, quando o mesmo período é comparado. Além dos aparelhos entre R$ 1,1 mil a R$ 2 mil, que registraram um crescimento de 12%, todas as outras faixas de preços tiveram queda nas vendas no segundo trimestre do ano.

Para Renato Meireles, analista de pesquisa de aparelhos para o consumidor da IDC, o resultado tem a ver com as mudanças nas demandas e exigências dos usuários. “Eles (fabricantes) fazem uma leitura do atual comportamento do consumidor que busca por melhoria na câmera, tela e mais memória. Isso eleva o tíquete médio do produto. E o consumidor está disposto a pagar mais por um produto que não está no low-end, mas está na faixa de preço acima”, afirmou em entrevista.

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Smartphones entre R$ 2 e R$ 3 mil registraram aumento nas vendas em 2020. Fonte: Pexels


Menos aparelhos de entrada

As quedas mais bruscas foram as das vendas de aparelhos de entrada, até R$ 1,1 mil. Nesta faixa, o percentual chegou a -57%, em relação ao mesmo período de 2019. “A categoria a partir de R$ 1,1 mil vem ganhando mais notoriedade no mercado. Temos um incremento de fabricantes lançando produtos na faixa intermediária e intermediária-premium”, analisou Meireles.

Vale destacar também que, neste período, fatores macroeconômicos também impactaram estes mercados. A inflação elevou os preços do setor, devido a eventos como a escassez de produtos chineses e a variação cambial brasileira, o que desvalorizou o real, resultando em tíquetes mais altos no mercado de eletrônicos em geral. Isso tornou as opções de smartphones de entrada ainda mais caras para o mercado, forçando o consumidor a gastar mais por aparelhos anteriormente mais baratos. 

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Busca por smartphones mais caros tem diversas explicações na atual conjuntura econômica do país. Imagem: Pexels 

Em termos de divisões do mercado, os aparelhos entre R$ 1,1 mil e R$ 2 mil ainda representam expressivos 36% dos smartphones brasileiros. Com os dispositivos a partir de R$ 700, o segmento soma 70% da base de usuários do país.

O Brasil, assim como outros países emergentes, é considerado um mercado altamente aquecido na comercialização de smartphones de entrada. Os usuários brasileiros também são conhecidos por terem a característica de adotar marcas novas com facilidade, desde que possuam preços competitivos no mercado interno. Assim, diversas empresas de tecnologia investem no mercado nacional, que se comporta como um termômetro para tendências internacionais.

 

Fonte: Mobile Time