Twitter suspende filho de Trump após postagem com desinformação

Donald Trump Jr. compartilhou vídeo que criticava o uso de máscaras e dizia que já existe cura para a Covid-19, o que não é verdade
Daniel Junqueira28/07/2020 22h24, atualizada em 28/07/2020 22h28

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Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, teve a conta no Twitter suspensa após publicar conteúdo com desinformação, violando a política de uso da rede social.

De acordo com o Twitter, Don Jr., como é mais conhecido, postou um vídeo na noite de segunda-feira (27) em que um grupo de médicos criticava a recomendação do uso de máscaras para o combate à Covid-19. O post também dizia que já existem curas para a doença – a hidroxicloroquina seria uma das substâncias capazes de acabar com o vírus.

Além do acesso à conta do filho do presidente dos EUA ser limitado por um período de 12 horas, a rede social também excluiu o post com informações enganosas.

O vídeo também foi compartilhado por Trump. A postagem do presidente dos EUA foi excluída, mas o acesso à conta não foi bloqueado como no caso do filho.

Não é a primeira vez que o Twitter age contra postagens de Trump: em junho, uma publicação do presidente dos EUA foi marcada como “mídia manipulada”.

O porta-voz de Don Jr., Andy Surabian, questionou a suspensão imposta pela rede social. “O Twitter passa dos limites ao silenciar alguém por compartilhar visões de médicos que discordam da narrativa anti-hidroxicloroquina”, disse.

Hidroxicloroquina: sem comprovação

Nenhum estudo conseguiu, até o momento, comprovar que a hidroxicloroquina ou qualquer outro medicamento seja eficaz no combate à Covid-19. Muito pelo contrário, uma pesquisa feita no Brasil divulgada na semana passada não encontrou nenhum indício de que a substância pode ajudar pacientes contaminados com o coronavírus.

A pesquisa brasileira apresenta algumas limitações, mas é apenas mais um estudo que questiona os efeitos da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. Recentemente, um estudo do Reino Unido concluiu que a substância agravava casos e causava mortes.

Antes disso, em junho, a OMS suspendeu os testes com o medicamento após as evidências encontradas até o momento não indicarem nenhum benefício no uso da substância na diminuição do nível de mortalidade dos pacientes infectados pela doença.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital