Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (17), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a suspensão dos ensaios clínicos que utilizam a hidroxicloroquina como possível tratamento contra a Covid-19. Trata-se da segunda vez que a agência de saúde interrompe estudos do tipo.

A justificativa para isso, segundo a organização, está no fato de que os testes e as evidências encontradas até o momento não indicam nenhum benefício no uso da substância na diminuição do nível de mortalidade dos pacientes infectados pela doença.

A decisão foi tomada com base em testes realizados dentro da iniciativa global Solidariedade, que trabalha para encontrar tratamentos eficazes contra o novo coronavírus. Segundo Ana Maria Henao-Restrepo, chefe do departamento de pesquisa de vacinas da OMS, “as evidências dos ensaios sugerem que a hidroxicloroquina, quando comparada com o padrão de tratamento em pacientes hospitalizados, não reduz a mortalidade”.

Ainda de acordo com a pesquisadora, a entidade também considerou os resultados publicados no Recovery, um ensaio clínico feito por pesquisadores do Reino Unido, que suspenderam a utilização do medicamento sob justificativa de não encontrarem efeitos “benéficos” na droga contra a Covid-19.

A decisão foi tomada de comum acordo entre o Comitê Executivo da OMS, os pesquisadores envolvidos no projeto e o Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do Solidariedade.

Como citado, é a segunda vez que a OMS muda os rumos dos testes com a hidroxicloroquina. Em meados de maio o órgão decidiu interromper o uso do medicamento. Porém, sua utilização foi retomada no início de junho. 

Suspensões pelo mundo

Nos Estados Unidos, em 15 de junho, a Food and Drug Administration (FDA) suspendeu a utilização do medicamento em pacientes internados com o novo coronavírus. O órgão, que é equivalente à Anvisa no Brasil, declarou que não era “mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e de cloroquina possam ter eficácia no tratamento da doença”.

Por aqui, com base na decisão de maio da OMS, os hospitais brasileiros retiraram os dois medicamentos dos protocolos de tratamento. Vários estudos feitos ao redor do mundo também ajudaram na decisão. Além disso, foi considerada a “despublicação” da pesquisa que indicava a eficácia do remédio.

Via: O Globo