Twitter compartilhou dados dos usuários com anunciantes sem permissão

Informações coletadas pela plataforma sem autorização incluem engajamento com anúncios e suposições sobre dispositivos preferidos dos usuários
Equipe de Criação Olhar Digital08/08/2019 11h36

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Publieditorial

Há alguns anos, com a consolidação do poder das redes sociais e empresas de tecnologia, deixou de ser um segredo que a maioria delas usa e compartilha, com parceiros e anunciantes, dados pessoais e de navegação dos usuários de forma indevida. A polêmica costuma cair nas mãos do Facebook, mas se sabe que gigantes como Amazon e Microsoft, bem como aplicativos populares, também armazenam e controlam informações das pessoas. O alvo da vez no assunto é o Twitter.

Envolvido em poucas falhas de segurança de dados dos usuários, o Twitter revelou, nesta terça-feira (6), que encontrou problemas com as configurações de privacidade da rede social. Isso, assumiu a empresa, pode ter causado o compartilhamento não consentido de dados pessoais de seus usuários com terceiros. O anúncio foi feito em um post no blog oficial da companhia.

Perfis do Twitter que clicaram ou visualizaram uma propaganda no aplicativo desde maio de 2018 podem ter tido seus dados da interação compartilhados com parceiros, anunciantes e empresas de análise de resultado. A exposição inclui o código do país, informações da publicidade, além dos detalhes do engajamento com o anúncio. A empresa admite que tais dados foram transferidos “mesmo se você não nos deu permissão para isso”.

Reprodução

Uma outra falha da configuração de privacidade permitiu que o Twitter fizesse suposições sobre os dispositivos preferidos dos usuários da rede social para oferecer anúncios direcionados mais relevantes. Porém, a empresa esclareceu que esses dados permaneceram apenas em seus sistemas e não incluíam informações confidenciais, como endereços de e-mail ou senhas. O Twitter disse que corrigiu os dois problemas na segunda-feira (5). Até o momento, não se sabe quantas pessoas foram afetadas pela brecha de segurança.

Empresas de tecnologia estão sob intensa pressão nos últimos anos sobre a forma como coletam e armazenam os dados das pessoas inscritas em suas plataformas. Apesar do foco principal ser Mark Zuckerberg, o Twitter também coleciona dados do usuário. No ano passado, a rede social lançou uma nova política de privacidade em uma tentativa de ser mais transparente sobre como coleta, usa e compartilha essas informações.

A atualização saiu um mês antes de a Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia, ou GDPR na sigla em inglês, entrar em vigor, em maio de 2018. A GDPR é uma nova legislação europeia com uma série de regulamentos importantes para proteger a privacidade dos dados do usuário em plataformas online e como empresas de tecnologia usam e compartilham essas informações.

Via: Cnet