O deepfake chegou para bagunçar os limites entre o real e o fake, e o Twitter está atento ao perigo que a tecnologia pode oferecer ao se espalhar. A rede social quer aprovar novas regras para ajudar a proteger os usuários contra tentativas deliberadas de enganação por meio de mídia manipulada. Os planos foram detalhados por Del Harvey, vice-presidente de confiança e segurança da plataforma, em um post nesta segunda-feira (11).

Harvey expôs um rascunho das ações que o Twitter planeja adotar quando “mídias sintéticas e manipuladas” forem usadas para confundir os usuários. A plataforma pode colocar um aviso ao lado de tuítes que compartilham estes vídeos, emitir um aviso antes que usuários compartilhem ou curtam deepfakes e adicionar links a artigos de notícias ou momentos do Twitter que confirmem a falsidade do material.

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Os deepfakes são vídeos que usam reconhecimento facial para que uma pessoa diga ou faça algo que ela não fez na realidade; o problema é que eles estão cada vez mais parecidos com algo real. Não por acaso, a tecnologia chamou a atenção do Congresso dos Estados Unidos no ano passado, quando um grupo bipartidário de membros da Câmara escreveu uma carta pedindo aos legisladores que levassem a sério os deepfakes.

A carta veio na esteira de uma onda mundial de difusão de informações falsas nas redes sociais, seja por meio da criação mal-intencionada de boatos e falsas denúncias ou se passando por grupos ativistas. Em paralelo, um vídeo do BuzzFeed e do cineasta e ator Jordan Peele demonstrou como é fácil criar um vídeo convincente do ex-presidente dos EUA, Barack Obama.

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Neste mês de outubro, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinou dois projetos de lei que ajudam a travar os deepfakes – o AB 730, que torna ilegal a distribuição de vídeos manipulados que visam desacreditar um candidato político e enganar eleitores dentro de 60 dias após a eleição; e o AB 602, que dá aos californianos o direito de processar alguém que cria deepfakes que os insere em material pornográfico sem consentimento.

Os usuários podem opinar sobre o assunto no Twitter em uma pesquisa que termina no dia 27 de novembro ou com a hashtag #TwitterPolicyFeedback.

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Fonte: CNET