Dois ex-funcionários do Twitter foram acusados de espionar milhares de contas de usuários da rede social em nome do governo da Arábia Saudita, provavelmente com o objetivo de desvendar a identidade de dissidentes.

De acordo com um indiciamento apresentado em 5 de novembro e divulgado ontem um dos acusados, o cidadão norte-americano Ahmad Abouammo, deixou a empresa em maio de 2015. O outro, o cidadão saudita Ali Alzabarah, deixou a empresa em dezembro de 2015.

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Ambos os ex-funcionários foram recrutados em 2014 por funcionários do governo saudita com laços estreitos com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para acessar informações confidenciais e não públicas das contas do Twitter associadas a críticos sauditas conhecidos.

Alzabarah, que ingressou no Twitter em agosto de 2013 como “engenheiro de confiabilidade”, trabalhou com as autoridades sauditas entre 21 de maio e 18 de novembro de 2015 e supostamente acessou os dados privados em mais de 6.000 contas do Twitter.

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Já Abouammo, além de espionar os usuários do Twitter, também foi acusado de excluir certas informações da plataforma de mídia social, desmascarar as identidades de alguns usuários e fechar contas no Twitter, tudo a pedido dos funcionários do governo saudita.

As informações que Abouammo e Alzabarah acessaram ilegalmente sobre os usuários do Twitter incluem seus endereços de email, dispositivos usados, informações do navegador, informações biográficas fornecidas pelo usuário, datas de nascimento e outras informações que podem ser usadas para descobrir a localização de um usuário, como endereços IP associados às contas e números de telefone.

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De acordo com a declaração do FBI, as autoridades sauditas pagaram US $ 300.000 a Abouammo por seu trabalho, além de oferecer a ele um relógio de luxo Hublot no valor de US $ 20.000.

Junto com esses dois ex-funcionários do Twitter, o Departamento de Justiça dos EUA também acusou outro cidadão saudita, Ahmed al Mutairi, chefe de uma empresa de mídia social com laços com a família real, por seu envolvimento no caso. Mutairi foi acusado de atuar como intermediário entre os dois funcionários do Twitter e os funcionários do governo saudita.

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Abouammo está atualmente sob custódia nos EUA depois de ter sido preso pelo FBI na terça-feira em Seattle, enquanto os outros dois suspeitos estão na Arábia Saudita e ainda estão em liberdade.

Fonte: The Hacker News