Tecnologia transforma calor do oceano em energia elétrica

Projeto gera energia por meio da captação de diferentes temperaturas entre a superfície do oceano e o fundo; ideia de expansão promete abastecer cidades inteiras
Luiz Nogueira14/01/2020 15h33, atualizada em 14/01/2020 16h10

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Um novo método de captação de energia está chamando a atenção do mundo. A ideia é captar a energia térmica do oceano e usá-la para abastecer pequenos resorts e, em grande escala, até cidades inteiras. De acordo com a equipe responsável pela criação, o sistema pode funcionar “24 horas por dia, todos os dias do ano”.

Os britânicos Dan Grech e Hayden Ashfield, líderes do projeto, tentam popularizar um processo chamado Otec, que usa uma barca que capta a diferença entre as águas quentes superficiais do oceano e a temperatura quase congelante do fundo para gerar eletricidade.

A empresa da dupla tenta implantar o sistema em resorts de ilhas tropicais, inicialmente. “Essas ilhas não precisam mais depender de dispendiosas importações de diesel para fornecer energia”, disse Dan.

As ilhas Maldivas estão interessadas na tecnologia e planejam fechar contrato com a empresa para a utilização do método. O sistema de captação é todo feito no mar, por esse motivo, não é necessária nenhuma construção terrestre.

Todos os dias, cerca de 60 bilhões de quilômetros quadrados de água absorvem quatrilhões de megajoules de energia do Sol. Isso equivale à energia liberada pela combustão de 170 bilhões de barris de petróleo por dia.

Dan espera capturar apenas uma pequena porcentagem disso e fornecer energia para terras próximas. O britânico já está em conversa com o governo das Maldivas e com resorts, mas a ideia é ampliar o projeto.

“Os resorts são apenas o primeiro passo para provar o conceito comercialmente”, disse Dan ao The Sun. “Assim como a energia solar e eólica, o preço do Otec cairá rapidamente à medida que produzimos nossas barcaças em massa”, completa.

Felizmente, o sistema se mostrou bastante eficaz. Para cada 2,5 MW de energia gerada, 1,5 MV pode ser capturado como eletricidade – a energia “perdida” é usada para manter o sistema funcionando.

Entretanto, o sistema de Dan é mais eficaz se comparado com parques eólicos, isso porque pode funcionar constantemente. “Nosso fator de capacidade é de cerca de 98% porque as temperaturas do oceano são mantidas durante todo o dia/noite/ano”, explicou Dan.

Mesmo prometendo melhorias na área da geração de energia, o Otec não é uma ideia totalmente nova. Foi desenvolvido pela primeira vez como um conceito, pelo físico francês, Jacques-Arsène d’Arsonval, na década de 1880.

Desde então, a ideia recebeu diversos protótipos e testes, mas nunca foi ampliada para a coleta de energia em massa. Agora que a tecnologia evoluiu, as nações tropicais podem pensar na adoção de uma nova forma de fornecimento de energia.

Via: The Sun

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital