Uma equipe de pesquisadores na Coreia do Sul desenvolveu uma técnica que permite colher “folhas” de células-tronco, cultivadas a partir de tecidos de um paciente, em apenas dois dias. Depois de coletadas, estas células podem ser implantadas em órgãos danificados, acelerando sua recuperação.
Em média são necessários cinco dias para coletar uma folha de células mesenquimais cultivadas usando os métodos atuais, ou seja, com o novo método os cientistas levam menos da metade do tempo. Segundo o pesquisador Andrew Choi, da universidade POSTECH na Coreia do Sul, a técnica é baseada na manipulação da nanotopografia de uma substância chamada poly(N-isopropylacrylamide), ou PNIPPAAm, que é capaz de mudar sua afinidade com a água de acordo com a temperatura e serve como substrato para a cultura.
Além da agilidade, o novo método é mais versátil, permitindo a produção de culturas de mais tipos de céulas que as técnicas anteriores. “Reduzimos significativamente o tempo até a colheita introduzindo, pela primeira vez no mundo, nanotopografia tridimensional na superfície do PNIPAAm para produzir folhas de células tronco maduras”, diz o Professor Dong Sung Kim, que liderou o estudo. “Abrimos a possibilidade de que estas folhas sejam aplicadas diretamente aos pacientes no futuro”.
Versatilidade
Células-tronco são pluripotentes, ou seja, podem se transformar em quaisquer outras células do organismo. Isso explica o interesse dos cientistas, já que elas poderiam ser usadas para curar infertilidade, calvície, ou mesmo guardar o segredo da juventude.
Elas podem ser usadas até mesmo para criar novos organismos. Pesquisadores da Universidade de Vermont e da Universidade Tufts, nos EUA, desenvolveram os primeiros “robôs” programáveis construídos com tecido vivo.
Batizados de Xenobots, eles são construídos a partir de células-tronco embriônicas de uma espécie de sapo africano e podem trabalhar grupos, caminhar e nadar em um organismo e sobreviver semanas sem comida. Segundo os pesquisadores, eles são “formas de vida completamente novas, nunca vistas na natureza”, com corpos projetados por um supercomputador.
“Eles não são um robô tradicional nem uma espécie conhecida de animal. São uma nova classe de artefato: um organismo vivo e programável”, disse Joshua Bongard, um dos líderes da pesquisa na Universidade de Vermont
Fonte: Phys.org