Financiada pelo governo local, a startup neozelandesa Emrod está trabalhando para tornar viável a distribuição de eletricidade sem fio. O serviço, que deve ser expandido nos próximos anos, já foi testado e funcionou para pequenas distâncias.
O “Wi-Fi” de eletricidade precisa ser transmitido por um caminho linear e sem obstáculos. A tecnologia se baseia na irradiação de ondas eletromagnéticas entre um ponto e outro. Essas ondas são emitidas por um elemento quadrado que substitui os cabos de eletricidade nos postes, e transformadas em energia elétrica com o auxílio de um dispositivo chamado retena, uma espécie de antena retificadora utilizada em transmissões via ondas de rádio.
Até o momento, a Emrod teve êxito na transmissão de poucos watts à distância máxima de 30 metros. Greg Kushnir, fundador da empresa, explicou ao New Atlas que a maior dificuldade do serviço é mesmo encontrar um caminho livre e seguro para a transmissão. O desafio de perder a fidelidade do sinal pelo ar, um contratempo que normalmente seria apontado por especialistas, já foi superado.
Projeção gráfica dos postes de eletricidade sem fio. Imagem: Reprodução/Emrod
“A eficiência de todos os componentes que desenvolvemos é muito boa, próxima a 100%. Grande parte da nossa perda de sinal está no lado transmissor, não no receptor. Para resolver esse problema, estamos utilizando os mesmos elementos eletrônicos que podem ser encontrados em qualquer sistema de radar, ou até mesmo em microondas caseiros”, afirmou Kushnir.
Modelo sustentável
É comum que fios de eletricidade sejam ponto de parada para passarinhos, mas, nesse caso, qualquer ave que passasse voando pela transmissão morreria eletrocutada. Para evitar esse tipo de acidente, o feixe de eletricidade é protegido por uma cerca de laser de baixa potência. Isso também impede que a rede seja interrompida por veículos altos como ônibus e caminhões.
Os passarinhos não são a única preocupação ambiental da Emrod. Na verdade, a empresa afirma que seu serviço de eletricidade sem fio será muito mais sustentável que o tradicional. Primeiro pela razão óbvia de utilizar menos materiais, como plástico e cobre. Segundo porque, ao fornecer eletricidade aos locais onde a rede de fios não alcança, o serviço levará à inutilização os geradores de energia a diesel, cuja combustão libera gases poluentes.
“Temos uma abundância de energia hídrica, solar e eólica limpa disponível em todo o mundo, mas existem desafios dispendiosos ao fornecer essa energia utilizando os métodos tradicionais”, completou Kushnir. Para o futuro, ele projeta que a viabilidade de seu empreendimento alcance proporções maiores — ou, pelo menos, mais do que apenas 30 metros.
Via: Popular Mechanics