Computação quântica é aposta de startup para desenvolver medicamentos

Com base nos Estados Unidos, Menten AI alia computação quântica com técnicas de pesquisa científica e machine learning para estudar peptídeos e proteínas
Redação02/07/2020 23h12

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Cientistas já mostraram que computação quântica é capaz de resolver tarefas que computadores comuns levariam 10 mil anos para solucionar. Agora, uma startup norte-americana pretende aplicar o potencial dessa tecnologia para descobrir novos medicamentos.

A Menten AI conta com uma equipe de apenas cinco pessoas, entre pesquisadores especializados em engenharia e biociências. A ideia da companhia é construir fármacos com base em novas proteínas projetadas do zero. Para isso, eles apostam na combinação de pesquisa científica, computação quântica e machine learning (aprendizado de máquina).

Como explica Hans Melo, CEO e fundador da Menten AI, em entrevista ao TechCrunch, a startup trabalha principalmente com peptídeos. Essas estruturas correspondem a ligações de dois ou mais aminoácidos e podem apresentar benefícios para o corpo, incluindo a redução de inflamações. Peptídeos que apresentam cadeias com mais de 70 aminoácidos são classificados como proteínas.

De acordo com o Melo, a aplicação dessas moléculas na criação de medicamentos é “bastante recente”. “Até recentemente, era realmente difícil projetá-los computacionalmente e as pessoas tentavam se concentrar em modificá-los geneticamente”, afirmou o executivo. Para ele há um mercado pouco explorado de terapias com base em peptídeos.

Hans destaca que essas estruturas têm a capacidade de atravessar membranas e se combinarem com alvos dentro da células que muitas vezes são incompatíveis com os elementos usados por medicamentos de outras categorias.

Apesar disso, o CEO reconhece que atualmente não há evidências de que o uso da computação quântica é capaz de acelerar o ritmo de pesquisa ou oferecer vantagens em relação ao uso da computação tradicional. Segundo Hans, a Menten AI propõe uma maneira diferente de resolver desafios que pode resultar em novas soluções. “Não provamos uma vantagem”, declarou o empreendedor ao TechCrunch.

A mesma concepção é compartilhada por investidores. Como destacou Jeff Clavier, investidor do fundo Uncork Capital ao TechCrunch, por um lado, a proposta da empresa pode não dar certo, mas por outro podem surgir maneiras absolutamente novas de produzir peptídeos. A startup já recebeu mais de US$ 4 milhões em aportes de investidores.

Fonte: TechCrunch

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital