O crescente boicote de empresas aos anúncios vinculados no Facebook parece não ter intimidado Mark Zuckerberg. O CEO da rede social reluta em tornar mais rígidas as políticas de controle de discursos de ódio na plataforma. 

Em uma reunião realizada na última sexta-feira (3), Zuckerberg disse aos funcionários que espera que “todos esses anunciantes voltarão à plataforma em breve”, de acordo com uma transcrição obtida pelo site The Information.

No início do mês, executivos do Facebook afirmaram que se reuniriam com anunciantes e que Zuckerberg planejava conversar com os organizadores do boicote. No entanto, a declaração dada por ele na última reunião parece mudar os rumos desta possível conversa.

“Não vamos mudar nossas políticas ou abordar nada por causa de uma ameaça a uma pequena porcentagem de nossa receita ou a qualquer porcentagem de nossa receita”, declarou Zuckerberg.

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Segundo o Facebook, mudanças de política são baseadas em princípios, não em pressões na receita. Foto: Reprodução

 

Um dia antes, um porta-voz do Facebook comentou que “estamos fazendo progresso real mantendo o discurso de ódio fora da nossa plataforma e não nos beneficiamos com esse tipo de conteúdo”, acrescentando que fazem mudanças de política baseadas em princípios, não em pressões na receita.

Como começou o boicote?

O boicote de anunciantes da rede social começou em junho, na esteira das manifestações por justiça racial nos Estados Unidos, após o assassinato de George Floyd em uma abordagem policial por um oficial branco. 

Chamada de “Stop Hate for Profit” (“Chega de ódio pelo lucro”), a campanha conta com a participação de mais de 400 empresas forçando o Facebook a adotar políticas mais rígidas de controle de discursos de ódio. 

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Manifestação nos EUA pela morte de George Floyd. Foto: Reprodução

Adidas, Coca-Cola, Ford, Honda, Levi’s e Microsoft são algumas das centenas de companhias participantes. A marca PlayStation, da Sony, foi a mais recente adição ao boicote.

Segundo os organizadores, que incluem a Anti-Defamation League e Color of Change, o Facebook “permitiu a incitação de violência contra manifestantes” e deu status respeitável a sites de notícias de qualidade duvidosa com envolvimento com supremacistas brancos. A rede social também já tinha sido amplamente criticada por não agir contra um post de Donald Trump falando sobre violência contra manifestantes.

 

 

Via: Cnet