O governo britânico confirmou nesta terça-feira (21) que a partir de quinta-feira (23) será iniciado o primeiro teste com humanos de uma nova vacina para a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford. Durante coletiva, o secretário da saúde Matt Hancock anunciou também um investimento de 20 milhões de libras para bancar os experimentos clínicos.

A universidade já havia revelado na semana passada seus planos de iniciar os testes nesta semana, mas o anúncio governamental oficializa essa ideia e mostra que o projeto receberá o fôlego estatal para acelerar os resultados, como informou o site Independent.

A confiança dos pesquisadores não poderia estar mais alta para esta etapa. Sarah Gilbert, professora de vacinologia em Oxford, chegou a afirmar que tem 80% de certeza de que sua vacina será funcional. A confiança é tão alta que já foram anunciados planos para produção em larga escala mesmo antes dos testes com humanos serem iniciados. Como resultado dessa antecipação, Gilbert reforça que seria possível começar a aplicar as vacinas no público a partir de setembro.

Os pesquisadores já anunciaram que buscariam 510 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos. Eles serão divididos em dois grupos: um irá receber a vacina, enquanto o outro receberá uma injeção inócua, como controle. A ideia é comparar os resultados entre quem recebeu a vacina real e quem recebeu o placebo para aferir a eficácia.

Hancock conta que o processo de aprovação para chegar a esta etapa foi bastante acelerado graças a um acompanhamento próximo da Agência Regulatória de Remédios e Saúde (MHRA) do Reino Unido. Tradicionalmente, dar esse passo para o início dos testes em pacientes humanos é algo que leva anos, ele disse.

Ao contrário de Sarah Gilbert e seu otimismo, Matt Hancock tem os pés no chão. Ele reafirma que a criação de uma vacina não é simples. “Nada nesse processo é certo. O desenvolvimento de uma vacina é uma questão de tentativa e erro. É a natureza de como vacinas são desenvolvidas”, afirmou durante a coletiva.

Cada vez mais vacinas estão avançando para a fase de testes clínicos, com humanos. Já há três projetos experimentais na China, enquanto nos EUA Nos Estados Unidos, a empresa farmacêutica Moderna também anunciou em março que havia começado os testes com seres humanos em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde.