Menos de um dia após a Apple declarar que o modelo de negócios da Qualcomm é inválido, a fabricante de processadores Snapdragon resolveu colocar ainda mais fogo na briga entre as duas companhias. Ao contrário do que a Apple vem afirmando há algum tempo, a Qualcomm declarou que suas tecnologias fazem parte do “coração de cada iPhone”.

De acordo com o que foi reportado pelo MacRumors, a empresa emitiu uma declaração em que discorda do posicionamento da empresa de Tim Cook que diz que as inovações da parceira estão limitadas ao modem dos smartphones produzidos.

“Nossas invenções patenteadas tornam possível não só a conectividade e a transmissão de dados de alta velocidade em redes móveis, mas também a navegação GPS de alta precisão, operações de aplicativos, gerenciamento de energia e eficiência de bateria, vídeo móvel com compressão avançada, gráficos, imagens de câmera e reconhecimento facial”, argumenta.

Para azedar ainda mais a relação entre as duas gigantes, o vice-presidente executivo da Qualcomm, Don Rosenberg, ainda afirmou que “a Apple raramente é a primeira a introduzir novas tecnologias no mercado, o que mostra que ela ainda depende muito de ideias revolucionárias de seus parceiros”. 

Entenda a briga

Tudo começou no início deste ano quando a Apple resolveu processar a produtora de processadores em US$ 1 bilhão acusando-a de cobranças indevidas de royalties. “A Qualcomm insiste em cobrar pelo menos cinco vezes mais do que todas as outras licenciadoras de tecnologia com as quais temos acordos”, declarou a empresa da maçã. Do outro lado, a Qualcomm afirmou que “as acusações não tinham qualquer fundamento”.

Menos de três meses depois, em abril, a disputa judicial ganhou um novo capítulo com um contra-ataque agressivo. A produtora de chips processou a Apple por quebrar acordos e fornecer informações falsas às autoridades regulatórias de várias partes do mundo.

Para entender melhor, algumas unidades do iPhone 7 contam com componentes da Qualcomm e outras com peças da Intel. A companhia alega que a fabricante do smartphone limita o poder de seus chips para igualá-los aos de sua principal concorrente no mercado. Essa prática teria a intenção de reduzir os custos de licença.

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E não foi só isso. No mês passado, em maio, a Qualcomm resolveu processar também quatro empresas parceiras da fabricante do iPhone – Foxconn, Pegatron, Wistron e Compal – acusando-as de não pagar os royalties corretamente. A ordem para o calote teria vindo da própria Apple.

O capítulo final desta história ainda está longe de chegar. Contudo, é importante lembrar do forte golpe que sofrido pela Apple no início do mês passado. A Qualcomm pretende impedir a comercialização de iPhones nos Estados Unidos. Caso isso aconteça, a Apple perderia quase um 25% de seus ganhos.