De acordo com a empresa de análise e pesquisa de mercado CounterPoint Research, mais da metade dos compradores do Google Pixel 3 usavam um dispositivo da Samsung. Como eu faço parte desta estatística, resolvi compartilhar o motivo da minha decisão de trocar o Galaxy S8 pelo Pixel 3.

O estudo revelou que 51% dos compradores do Pixel 3 eram, na verdade, ex-proprietários de celulares da Samsung. Para ser mais específica, cerca de 37% das vendas vieram de pessoas que usavam aparelhos da série Galaxy S7. O que é um número bastante significativo e, na minha opinião, reflete a escolha da Samsung em não oferecer modelos com tela flat depois do anúncio do Galaxy S8. Me arrisco, inclusive, a dizer que esse fato tenha relação direta ao fato de termos hoje o Galaxy S10e, um modelo com tela plana. Contudo, não foi por esse motivo que eu optei por trocar meu Galaxy S8 pelo Pixel 3.

Um dos meus primeiros artigos para o Olhar Digital foi referente às minhas primeiras impressões sobre o Pixel 3, no qual digo com todas as palavras: este é o Pixel mais inteligente de todos os dispositivos Pixel já anunciados pelo Google. Sim, essa afirmação parece coisa dita por engenheiro de produto de qualquer fabricante para puxar a sardinha para o seu lado, mas, sinceramente, faz muito sentido.

Eu costumava zombar do Tim Cook, CEO da Apple, em eventos de lançamento de um novo iPhone, pois sempre temos a clássica frase: “este é o melhor iPhone de todos os tempos”. Para mim, isso era lógico, pois era a versão mais moderna do aparelho. Contudo, a Samsung conseguiu me fazer entender todo o significado desta frase com o lançamento dos Galaxy S9 e Galaxy Note 9. Aliás, sinceramente, até mesmo com o anúncio dos novos Galaxy S10.

O Google Pixel 3 é o Pixel mais sexy de todos

Quando a Samsung anunciou o Galaxy S8, não tive dúvidas, este era o Galaxy mais sexy de todos os tempos. Contudo, o Galaxy S9 mudou muito pouco, o Galaxy Note 9, que também me interessava, ficou entre o S9 Plus e o Note 8. Assim, todo Samsung Premium anunciado entre o final de 2017 e o final de 2018 não me chamavam tanta atenção para pensar em trocar meu Galaxy S8. Até que o Google anunciou o Pixel 3.

Sim, eu realmente sinto muita falta de alguns recursos de software da Samsung, desde a otimização do áudio à incrível qualidade da tela e, por que não falar do design da linha. Contudo, os recursos de Inteligência Artificial (IA) do software e a câmera da linha Pixel me surpreenderam de forma muito positiva e resolvi trocar meu Samsung.

A linha Nexus, do Google, foi claramente um experimento, e culminou na criação da série Pixel que, desde o início, chegou ao mercado com uma característica de aparelho Premium, mas, acima de tudo inteligente. Com o Pixel 3, os engenheiros do Google entenderam, quase que de forma unânime, que era preciso oferecer um smartphone mais consistente. E, segundo os dados da pesquisa revelada pela CounterPoint Research, a missão foi cumprida.

No gráfico abaixo, vemos que 51% dos usuários do Pixel 3 vieram de ex-proprietários de um Samsung, 18% deixaram de lado um iPhone, 14% optaram por beber do software puro direto da fonte e saíram da Motorola, e, por fim, os demais 17% vem da própria Google ou demais fabricantes, são os chamados “outros”:

Reprodução

Eis de onde vêm os compradors do Google Pixel 3 e do OnePlus 6T

Não me arrependo de mudar da Samsung para o Google

Sim, como disse acima, eu sinto falta de alguns recursos da Samsung, porém, jamais me arrependi de ter trocado o Galaxy S8 pelo Pixel 3. Muito disso vem do fato de que, apesar das qualidades da Experience UI, da Samsung, nada é essencial, pois o cerne do sistema operacional ainda é o Android. Contudo, o que o Google oferece, desde a lógica inteligente da navegação com uma mão à visão noturna da câmera, isso é mais difícil de abrir mão.

Vou além: levando em consideração que a Samsung e a Motorola possuem a maior participação do mercado mobile brasileiro, caso a linha Pixel estivesse a venda no varejo nacional, tenho certeza de que os números referentes aos desertores de ambas as fabricantes para a série de smartphones da Google seria muito maior. E isso não deve ser visto com maus olhos, pois aumentaria a concorrência e, talvez, o Android e o iOS não seriam os únicos sistemas operacionais para celulares no mundo.

Por outro lado, o número de smartphones Pixel presente no mercado é muito inferior aos aparelhos fabricados pelas parceiras do Google, por exemplo. Logo, o próprio time da gigante das buscas parece não estar tão interessado assim em abocanhar uma grande fatia do mercado. Para evitar competir com suas colaboradoras, é público que o Google faz controle de estoque.

Por fim, não me causa surpresa ver mais pessoas migrando da Samsung para o Google, na realidade, isso me mostra mais que quanto mais inovadora uma empresa é, o potencial de atrair as pessoas é maior. #FicaDica Samsung… LG… Sony…!

Agora eu me pergunto: quanta gente deixou a Apple, a Samsung e companhia para migrar para a Huawei e para a Xiaomi desde o ano passado? Afinal de contas, a queda nas vendas destas fabricantes foi bastante significativa para o mercado e, a princípio, o Google não foi o responsável por isso.